terça-feira, 5 de janeiro de 2021

TRABALHADORAS DOMÉSTICAS NO PROGRAMA REPRESENTATIVAS: LUTA, RESISTÊNCIA E DESAFIOS

 Por Mônica Aguiar 

Dia (2), o primeiro sábado do ano de 2021, foi protagonista da estreia na TV Câmara no Programa   Representativas, o vídeo “Trabalhadoras Domésticas”. 

Dedicado exclusivamente as mulheres, conta as dificuldades e desafios enfrentados por trabalhadoras domésticas em todo o Brasil, para driblar e combater o assédio moral, sexual, discriminação e preconceitos decorrentes da falta de respeito humano, do resquícios da escravidão e das práticas racistas existentes. 

O Vídeo Trabalhadoras Domesticas expõem os agravantes do cotidiano na garantia da sobrevivência neste período de pandemia e crise econômica.

Protagonizando o programa, quatro mulheres negras defendem a categoria das trabalhadoras domésticas: a deputada federal Benedita da Silva PT (RJ), deputada estadual Silvia Cristina PDT (RO), escritora e rapper Preta Rara, presidente do Sindicato dos Empregados Domésticos de Nova Iguaçu-RJ Cleide Pinto e a diretora de cinema Karoline Maia.

Um trabalho com depoimentos sérios e reivindicatórios que expressam a dor silenciada e invisibilizada das mulheres negras que compõem em ampla maioria o emprego doméstico. 

Situações que se diferenciam alarmantemente, devido as condições socioeconômica, composição populacional e relações raciais estabelecidas em cada Estado brasileiro.  

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgou uma pesquisa em junho de 2020, em parceria com a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), que alerta para a vulnerabilidade de trabalhadores domésticos durante a pandemia de covid-19.

Destacando números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os autores apresentaram que cerca de 70% da categoria, que reúne 5,7 milhões são de mulheres e não possuem uma estabilidade:  Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada. Estão em maioria na informalidade, sem a cobertura de direitos importantes, como:  13º salário, seguro-desemprego, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e assistência previdenciária. A pesquisa aponta que a categoria está sujeita a mais variadas formas de violência: racismo, assédio moral e sexual, desvalorização de suas atividades pela sociedade, estigmatização e baixos salários, que podem se tornar ainda mais pronunciadas com a crise sanitária. Outras dificuldades abordadas no estudo são a sobrecarga de trabalho, que é dupla, porque as trabalhadoras têm aumentados os afazeres de suas próprias casas, e a tensão.

A terceirização do trabalho doméstico cria, portanto, uma oposição de classe e raça entre as próprias mulheres, ao mesmo tempo que se configura em uma solução privada para um problema público, sendo, portanto, acessível apenas àquelas famílias com mais renda", acrescentam. 

 


 

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