Por Mônica Aguiar
Dia (2), o primeiro sábado do ano de 2021, foi protagonista da estreia na TV Câmara no Programa Representativas, o vídeo “Trabalhadoras Domésticas”.
Dedicado exclusivamente as mulheres, conta as dificuldades e desafios enfrentados por trabalhadoras domésticas em todo o Brasil, para driblar e combater o assédio moral, sexual, discriminação e preconceitos decorrentes da falta de respeito humano, do resquícios da escravidão e das práticas racistas existentes.
O Vídeo Trabalhadoras Domesticas expõem os agravantes do cotidiano na garantia da sobrevivência neste período de pandemia e crise econômica.
Protagonizando o programa, quatro mulheres negras defendem a categoria das trabalhadoras domésticas: a deputada federal Benedita da Silva PT (RJ), deputada estadual Silvia Cristina PDT (RO), escritora e rapper Preta Rara, presidente do Sindicato dos Empregados Domésticos de Nova Iguaçu-RJ Cleide Pinto e a diretora de cinema Karoline Maia.
Um trabalho com depoimentos sérios e reivindicatórios que expressam a dor silenciada e invisibilizada das mulheres negras que compõem em ampla maioria o emprego doméstico.
Situações que se diferenciam alarmantemente, devido as condições socioeconômica, composição populacional e relações raciais estabelecidas em cada Estado brasileiro.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgou uma pesquisa
em junho de 2020, em parceria com a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade
de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), que alerta para a
vulnerabilidade de trabalhadores domésticos durante a pandemia de covid-19.
Destacando números do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os autores apresentaram
que cerca de 70% da categoria, que reúne 5,7 milhões são de mulheres e não
possuem uma estabilidade: Carteira de
Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada. Estão em maioria na informalidade,
sem a cobertura de direitos importantes, como: 13º salário, seguro-desemprego, Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e assistência previdenciária. A pesquisa
aponta que a categoria está sujeita a mais variadas formas de violência: racismo,
assédio moral e sexual, desvalorização de suas atividades pela sociedade,
estigmatização e baixos salários, que podem se tornar ainda mais pronunciadas
com a crise sanitária. Outras dificuldades abordadas no estudo são a sobrecarga
de trabalho, que é dupla, porque as trabalhadoras têm aumentados os afazeres de
suas próprias casas, e a tensão.
A terceirização do
trabalho doméstico cria, portanto, uma oposição de classe e raça entre as
próprias mulheres, ao mesmo tempo que se configura em uma solução privada para
um problema público, sendo, portanto, acessível apenas àquelas famílias com
mais renda", acrescentam.
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