A mulher da periferia aparece na televisão, no jornal, quando acontece alguma fatalidade referente a ela. Só nas páginas policiais”
Renata Ribeiro, 17 anos, moradora do bairro de Perus (região noroeste de São Paulo), uma das entrevistadas e produtoras da Exposição “quem somos [por nós]”. |
A frase acima não vem de uma pesquisa de opinião, tampouco de um estudo acadêmico. Ela faz parte do olhar sensível de Rosana Alves de Castro , mulher negra e moradora do Jardim Romano, zona leste de São Paulo, e uma das mais de 100 mulheres envolvidas no projeto “Desconstruindo Estereótipos: eu, mulher da periferia na mídia”, desenvolvido pelo coletivo Nós, mulheres da periferia, de junho a outubro de 2015. Como resultado desses meses de trabalho, no último sábado (21/11) aconteceu a abertura da exposição QUEM SOMOS [POR NÓS], no Centro Cultural da Juventude, na Vila Nova Cachoeirinha, que fica em cartaz até dia 17 de dezembro. A exposição é um convite para adentrar ao mundo das mulheres dos bairros periféricos a partir de suas próprias perspectivas. Com fotografias, autorretratos e registro audiovisual daquelas que fizeram parte do processo. O objetivo é fortalecer a representatividade e o protagonismo feminino, contemplando a intersecção entre classe, raça e gênero, já que as mulheres negras foram maioria nas oficinas. De Perus (zona norte) ao Campo Limpo (zona sul); do Capão Redondo (zona sul) ao Jardim Romano (zona leste); de Guaianazes (zona leste) à Jova Rural (zona norte), foram muitas as narrativas, mostrando como a diversidade da mulher que mora nas bordas da cidade extrapola as paredes cristalizadas pela chamada “grande mídia”.
A mulher da periferia na mídia
Manoela Gonçalves, idealizadora da Casa das Crioulas (Perus), uma das entrevistadas e produtoras da Exposição “quem somos [por nós]” |
Nenhum comentário:
Postar um comentário