Por: Melissa Castilho Diamantino
reeditado por : Mônica Aguiar
O empreendedorismo para a mulher negra, que já tem uma luta dobrada para enfrentar os preconceitos de gênero e de raça, tem sido um caminho promissor para driblar as altas taxas de desemprego e os baixos salários. Aliado ao conhecimento, esse formato de trabalho autônomo, tem contribuído para a conquista de respeito social, identidade e sucesso para muitas mulheres.
Lenços de Mônica Aguiar : é empreendedora Negra em Minas Gerais - Marca Mulher Negra |
O empreendedorismo para a mulher negra, que já tem uma luta dobrada para enfrentar os preconceitos de gênero e de raça, tem sido um caminho promissor para driblar as altas taxas de desemprego e os baixos salários. Aliado ao conhecimento, esse formato de trabalho autônomo, tem contribuído para a conquista de respeito social, identidade e sucesso para muitas mulheres.
Em dez anos o número de negros donos de micro e pequenos negócios cresceu 28,5% no Brasil. Em 2001, eram 8 milhões e 600 mil empreendedores declaradamente negros, número que saltou para mais de 11 milhões em 2011, de acordo com dados do Sebrae.
Empreendedorismo da mulher negra faz parte da nossa história
Muito antes da abolição, senhores de engenho obrigavam as escravas a produzir itens típicos de sua cultura, como o acarajé, e comercializá-los. A maior parte da renda era para os senhores, mas as escravas já empreendiam, embora em condições muito negativas. De onde elas vinham, nos mercados africanos, quem trabalhava eram as mulheres, e ao chegar aqui elas também fizeram isso durante e depois da escravidão.
A antropóloga Ana Lúcia Valente, pesquisadora da Universidade de Brasília, destacou que com a abolição muitos negros livres se tornaram empreendedores como forma de lutar pela inserção social. Sem muitas alternativas para garantir o sustento próprio e de suas famílias, ex-escravas ofereciam serviços de culinária, costura e lavagem de roupas.
“Era, na verdade, uma estratégia de sobrevivência, uma luta para que conseguissem sua inserção social. Com isso ficou provado que o empreendedorismo feminino não é uma novidade no Brasil só que ele começou a ser valorizado pela sociedade mais recentemente”. A pesquisadora enfatiza que a atividade empreendedora, ao ajudar as mulheres negras a gerar renda, contribui para o fortalecimento de uma identidade positiva e de autonomia, principalmente quando elas são chefes de família.
Mulher negra ganha 172% menos no mercado formal e na informalidade 57,6% menos
Apesar da mulher negra ser uma protagonista histórica no empreendedorismo, a situação para esta parcela da população ainda é de desigualdade na economia brasileira. Se as mulheres recebem salários 26% menores que os homens, segundo o Relatório Estatísticas de Gênero – Uma análise dos resultados do Censo Demográfico 2010, do IBGE, as negras ganham ainda menos.
As mulheres negras que trabalham sem carteira assinada têm salário médio mensal 57,6% menor que as trabalhadoras brancas, amarelas e indígenas. A média de rendimentos das brasileiras negras é de R$ 625 frente aos R$ 985 ganhos pelas não negras. Essa é umas informações contidas no Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, elaborado pelo Sebrae e Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) entre 2002 e 2012.
No número de empregos, a discriminação também é estampada pelos números. São 498.521 empregos formais de mulheres negras contra 7,6 milhões de mulheres brancas e 11,9 milhões de homens brancos.
Um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que um trabalhador negro recebe em média um salário 36,1% menor que o de um não negro, independentemente da região onde mora ou de sua escolaridade. Segundo o estudo, a diferença salarial e de oportunidades de trabalho são ainda maiores nos cargos de chefia.
De acordo com o estudo, a diferença de remuneração sem registro formal cai nas microempresas – aquelas com até dez funcionários. Nas empresas com mais de 20 empregados, a diferença de salário das negras em comparação às de demais cor é de 83,2%. Já nas empresas de pequeno porte, os rendimentos são um pouco mais equilibrados, a diferença de salários é de apenas 37,6%.
Em dez anos o número de negros donos de micro e pequenos negócios cresceu 28,5% no Brasil. Em 2001, eram 8 milhões e 600 mil empreendedores declaradamente negros, número que saltou para mais de 11 milhões em 2011, de acordo com dados do Sebrae.
Empreendedorismo da mulher negra faz parte da nossa história
Muito antes da abolição, senhores de engenho obrigavam as escravas a produzir itens típicos de sua cultura, como o acarajé, e comercializá-los. A maior parte da renda era para os senhores, mas as escravas já empreendiam, embora em condições muito negativas. De onde elas vinham, nos mercados africanos, quem trabalhava eram as mulheres, e ao chegar aqui elas também fizeram isso durante e depois da escravidão.
A antropóloga Ana Lúcia Valente, pesquisadora da Universidade de Brasília, destacou que com a abolição muitos negros livres se tornaram empreendedores como forma de lutar pela inserção social. Sem muitas alternativas para garantir o sustento próprio e de suas famílias, ex-escravas ofereciam serviços de culinária, costura e lavagem de roupas.
“Era, na verdade, uma estratégia de sobrevivência, uma luta para que conseguissem sua inserção social. Com isso ficou provado que o empreendedorismo feminino não é uma novidade no Brasil só que ele começou a ser valorizado pela sociedade mais recentemente”. A pesquisadora enfatiza que a atividade empreendedora, ao ajudar as mulheres negras a gerar renda, contribui para o fortalecimento de uma identidade positiva e de autonomia, principalmente quando elas são chefes de família.
Mulher negra ganha 172% menos no mercado formal e na informalidade 57,6% menos
Apesar da mulher negra ser uma protagonista histórica no empreendedorismo, a situação para esta parcela da população ainda é de desigualdade na economia brasileira. Se as mulheres recebem salários 26% menores que os homens, segundo o Relatório Estatísticas de Gênero – Uma análise dos resultados do Censo Demográfico 2010, do IBGE, as negras ganham ainda menos.
As mulheres negras que trabalham sem carteira assinada têm salário médio mensal 57,6% menor que as trabalhadoras brancas, amarelas e indígenas. A média de rendimentos das brasileiras negras é de R$ 625 frente aos R$ 985 ganhos pelas não negras. Essa é umas informações contidas no Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, elaborado pelo Sebrae e Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) entre 2002 e 2012.
No número de empregos, a discriminação também é estampada pelos números. São 498.521 empregos formais de mulheres negras contra 7,6 milhões de mulheres brancas e 11,9 milhões de homens brancos.
Um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que um trabalhador negro recebe em média um salário 36,1% menor que o de um não negro, independentemente da região onde mora ou de sua escolaridade. Segundo o estudo, a diferença salarial e de oportunidades de trabalho são ainda maiores nos cargos de chefia.
De acordo com o estudo, a diferença de remuneração sem registro formal cai nas microempresas – aquelas com até dez funcionários. Nas empresas com mais de 20 empregados, a diferença de salário das negras em comparação às de demais cor é de 83,2%. Já nas empresas de pequeno porte, os rendimentos são um pouco mais equilibrados, a diferença de salários é de apenas 37,6%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário