Posição reflete pesquisa realizada das instituições ibero-americanas; no Brasil, elas chegam a ganhar 42% menos
Participação de mulheres na área educacional diminui conforme aumenta a patente acadêmica
Somente
14% das vagas destinadas a professores catedráticos nas universidades
da América Latina, Portugal e Espanha são preenchidas por mulheres.
Visto como o auge da carreira acadêmica, para conseguir o posto de
professor titular – nomenclatura mais utilizada no Brasil – é preciso
comprovar notório saber, possuir uma vasta produção científica,
experiência de ensino e passar nos concursos, geralmente comandados por
homens.
O
mais curioso é que a baixa presença de mulheres nesse altos cargos
hierárquicos da academia não condiz com sua presença marcante no ensino
superior, especialmente no ciclo da graduação. Isso porque, nessa fase,
elas são maioria. Enquanto os homens representam 40% das matrículas, as
mulheres preenchem 60% das vagas.
O
problema começa a surgir após a graduação. No doutorado, por exemplo, o
número de homens já é equivalente à presença feminina. A diferença se
torna mais drástica quando analisado o perfil de gênero do total de
professores vinculados às instituições ibero-americanas.
“Só
30% dos cargos de professores são preenchidos por mulheres e 14% são
catedráticos, de alta hierarquia”, afirma José Narro, reitor da
Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) – a “USP do México”. Os
dados repassados por Narro foram apresentados na última semana durante o
III Encontro Internacional de Reitores Universia. Realizado no Rio de
Janeiro, o evento reuniu mais de mil reitores da região, além de
representantes de instituições norte-americanas, da Europa, África e
Ásia.
O País não foge à regra dos números que englobam toda a região
ibero-americana. Nos mestrados, por exemplo, as mulheres representam
pouco mais da metade dos mestres do Brasil, desde 1997. Por aqui, a situação se agrava porque as acadêmicas brasileiras chegam a
receber, em média, 42% menos que os homens com a mesma titulação,
segundo o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Fontes: Discriminação grupo / ultimosegundo
Foto: Mônica Aguiar
Nenhum comentário:
Postar um comentário