Com a
população de 193 milhões de habitantes, o Brasil e tem um grande
número de mulheres em sua ampla maioria de cor branca, cujos níveis
educacionais ultrapassam os homens até na faixa de renda inferiores.
A falta de uma educação pública de qualidade com
a infraestrutura adequada tem sido um grande empecilho para
desenvolvimento das mulheres e principalmente das mulheres negras que
carregam o fardo da pobreza, agregado as desigualdades, a violência,
o racismo e a falta de oportunidade.
E
inegável progresso que as mulheres obtiveram no Brasil no período
de 12 anos, mas também devemos lembrar que, para as mulheres
negras, a habilidade de viver uma vida produtiva, saudável e livre
de violência, que permita desfrutar plenamente do seu potencial,
continua a ser uma aspiração. Este é um bom o momento de nos comprometermos, de uma vez por
todas, com a igualdade, empoderamento, e saúde sexual e reprodutiva
e direitos para todas as mulheres e garotas em todos os lugares
respeitando e reconhecendo que as mulheres negras fazem parte da
sociedade , são cidadãs que contribuem sistematicamente com
construção desta nação não podem nem devem ser tratadas como
seres inferiores incapazes de pensar, elaborar e conduzir .
Na
atualidade não se pode tratar a questão racial como elemento
secundário, destacando apenas a problemática econômica. A posição
social do negro não se baseia apenas na possibilidade de aquisição
ou consumo de bens. Ainda há uma grande dificuldade da sociedade
brasileira em assumir a questão racial como um problema que
necessita ser enfrentado. Enquanto esse processo de enfrentamento não
ocorrer, as desigualdades sociais baseadas na discriminação racial
continuarão, e, com tendência ao acirramento, ainda mais quando se
trata de igualdade de oportunidades em todos os aspectos da
sociedade.
Mulheres Negras são
menos que 1% são Deputadas Federais!
Apenas
17 países são governados pelas mulheres independente da etnia/cor
ou raça, e 28% das nações têm 30% de presença feminina no
parlamento.
Nos
países da América Latina, o número de mulheres parlamentares é
inclusive superior ao dos Estados Unidos, onde, no entanto, as
mulheres têm uma grande presença na vida pública. De acordo com
cálculos da União Interparlamentar, 24,1% dos assentos
parlamentares das Américas, somando-se Câmaras e Senados, estão
ocupados por mulheres – um percentual quase três pontos superior à
média mundial, que é de 21,3%.
Brasil, apenas 8,77% dos
parlamentares federais são mulheres OU SEJA apenas 45 são
mulheres, já as Mulheres Negras são menos que 1% de um total de
513 deputados.
Em
uma pesquisa realizada, das 27 assembleias legislativas do País
(incluindo o Distrito Federal) além das câmaras municipais de todas
as capitais apenas 0,0001% dos negros brasileiros exercem mandatos.
São
Paulo, a maior cidade do País, possui os mesmos 9% de vereadoras na
Câmara Municipal. No Poder Executivo, a situação não é
diferente: das 26 capitais, somente duas têm mulheres como
prefeitas.
DE
OLHO NO BRASIL
Mulher negra no Brasil hoje
é sinônimo de resistência, a nossa luta no Brasil é para ocupar
o lugar de direitos sem privilégios de condições mas com direitos
iguais.
Lembremos que a Mulher negra
permanece com muitos direitos negados por parte do Estado e pôr uma
parcela da sociedade que a exclui pela cor de sua pele. A mulher
negra e pardas, tem os menores salários, têm menores taxas de
alfabetização e escolaridade e ainda são as que mais desenvolve
trabalhos servis e os chamados sub-empregos.
As
mulheres de maneira geral constituem 44% da força de trabalho
brasileira. Em 2008 a renda média das mulheres negras era de R$383;
seguida da renda dos homens negros, R$583; das mulheres brancas,
R$742; e dos homens brancos, R$1.181.
Ou seja as mulheres negras chegam ganhar até 50% menos que os
demais.
Você acha que isto acontece
por quê?
As
mulheres negras que conquistam melhores cargos no mercado de trabalho
despendem uma força muito maior que outros setores da sociedade,
sendo que algumas provavelmente pagam um preço alto pela conquista,
muitas vezes, abdicando do lazer, da realização da maternidade, do
namoro ou casamento.
Em 2009, as mulheres negras
respondiam por cerca de um quarto da população brasileira. Ou seja
eram 50 milhões de uma população total que naquele ano alcançou
191,7 milhões de brasileiros.
Do total de mulheres no
Brasil, 50% eram negras e 49,03% se declararam brancas indicando um
percentual menor que as mulheres negras.
Foi a partir de 2008 que as
mulheres negras passaram a alto se identificar como negras, sem medo
e ou vergonha de alto declarar negra. As mulheres negras perceberam
ao longo destes anos que o modelo eurocêntrico onde o belo é ser
branca, imposto por uma minoria branca que detêm o capital e os
meios de comunicações neste país, não seria mais o modelo para
definir seu perfil.
A mulher Negra vem
conquistando a consciência que o fato de ser negra se alto declarar
negra não diminui em nada sua capacidade intelectual, profissional,
política e cidadã na sociedade.
A mulher negra, portanto,
tem que dispor de uma grande energia para superar as dificuldades que
se impõe na busca da sua cidadania.
Poucas
mulheres negras conseguem ascender socialmente. Contudo, é possível
constatar que está ocorrendo um aumento do número de mulheres
negras nas universidades nos últimos anos.
O
Programa Universidade para Todos (ProUni) registrou 653.992
inscritos, segundo o balanço divulgado pelo Ministério da Educação
(MEC).
As
mulheres foram maioria, 384.063 candidatas (59% do total). A maior
parte dos candidatos é negra, 62,6%, 409.527 inscritos. Os brancos
representam 34,9%; amarelos, 2,4%. Apenas 0,1%, 853 candidatos,
declararam-se indígenas.
Talvez
a partir desse contexto se possa vislumbrar uma realidade menos
opressora para os negros, especialmente para a mulher negra. Em Minas Gerais mais de 50%,
se alto declaram no censo de 2009 negras. De acordo com dados do
IBGE em 2011, as Mulheres são a metade da nossa população
brasileira (51,5%,ou 100,milhões) e as Mulheres Negras são a metade
do total das brasileiras.
Doc. Fórum Estadual de Mulheres Negras de Minas Gerais
Nenhum comentário:
Postar um comentário