quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Brasileiras apresentam História de Empreendedoras no Mundo na Web Summit

Por Luciana Quaresma, Correspondente da RFI em Lisboa
Taciana Mello (esu) e Fernanda Moura, idealizadoras do projeto
 "The Girls on the Road", apresentado no Web Summit, em Lisboa.

Brasileiras que percorreram o mundo atrás de histórias de mulheres empreendedoras contaram a experiência na Web Summit 2017, em Lisboa. O projeto “The Girls on the Road” foi um dos destaques da maior feira de tecnologia do mundo que aconteceu nesta semana, de 5 a 8 de novembro, na capital portuguesa. 

As brasileiras Fernanda Moura e Taciana Mello deixaram suas carreiras corporativas e decidiram viajar pelo mundo para contar histórias de mulheres empreendedoras. 
O registro destes encontros faz parte do projeto “The Girls on the Road”, que será transformado em um documentário e em livro.

A dupla foi convidada para contar essa experiência na Web Summit 2017. Taciana Mello disse à RFI que foi uma chance falar no evento: “vir para a Web Summit para falar sobre o que as mulheres tem feito é uma chance porque eu acho que a gente fala muito pouco sobre empreendedorismo feminino e, mais do que nunca, é necessário atrair mais mulheres à economia em várias posições incluindo a de empreendedora. Participar como mentoras de jovens empreendedoras e dividir um pouco da nossa experiência ao redor do mundo”, diz Taciana. 

A dupla quer que essa experiência também seja uma fonte de inspiração para outras mulheres. “A gente tem que ter mais mulheres em eventos como esse. O Web Summit já deu um grade passo mas ainda não está próximo do ideal, pois nas principais arenas a maioria dos palestrantes é homem, mas quem sabe nestes próximos anos a gente vai ver mais e mais mulheres nas principais arenas”, acredita Fernanda. Moura.
Origem do projeto 
A ideia do projeto surgiu depois da dupla constatar que a falta de exemplos de mulheres bem-sucedidas é um dos fatores que contribuem para que não haja mais empreendedoras. Foi por esse motivo que Fernanda e Taciana decidiram ir em busca de mulheres que conseguiram quebrar barreiras. As brasileiras entrevistaram 334 pessoas, em 24 países dos cinco continentes, durante 15 meses. 
“A gente costuma dizer que as nossas referências são as 334 mulheres que a gente entrevistou. Toda história é importante. Cada uma delas trouxe alguma coisa que é relevante, que vai servir de inspiração e de aspectos práticos também para outras mulheres. Mas a gente gosta de dar destaque para aquelas que são de lugares mais distantes da nossa realidade, como por exemplo, Oriente Médio. 
E quando a gente pensa em mulheres muçulmanas, e que também são empreendedoras, vem muitos estereótipos na nossa cabeça. Nós entrevistamos mulheres empreendedoras no Líbano, na Jordânia, Palestina e até na Faixa de Gaza. 
São mulheres que praticam sua fé, de véu, mas que tentam construir seus negócios para melhorar as condições de vida da região onde vivem, usando as dificuldades que elas têm para criar oportunidades!”, explica Taciana Mello. Apesar de as entrevistadas terem cultura, origem e religião completamente distintas, as mentoras do projeto perceberam que todas elas tinham algo em comum.
 Segundo Taciana,“ se tiver uma palavra para resumir algo em comum em todas elas, é garra, determinação, tendo muito claro onde elas querem chegar. A gente viu isso em mulheres destes 24 países com culturas muito distintas mas vivendo os mesmos desafios. Todas mostrando muita garra, muita força!”. 
Fernanda completa dizendo que também “ sem dúvida, resiliência, vontade de crescer e ambição!” “A gente acredita que contar essas histórias é uma forma extremamente relevante da gente mudar a atitude e a percepção das pessoas”, concluiTaciana. O documentário e livro “The Girls on the Road” será lançado no próximo ano.

Mulheres passaram 40 anos sem poder jogar futebol no Brasil

Futebol e outros esportes que exigem força foram proibidos por décadas, alegadamente por irem contra a “natureza feminina”


Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país”, dizia o decreto-lei 3.199 de 14 de abril de 1941. O artigo foi criado durante a Era Vargas e vigente até 1983. Durante todo esse tempo, ele proibiu, dentre os esportes considerados masculinos, a prática do futebol feminino no Brasil.
Conselho Nacional de Desportos proibiu jogos de futebol feminino em todo o País,
 com a justificativa de que “aquele esporte não combinava com a formação
física do belo sexo”. Na imagem, a equipe do Corinthians
de Pelotas, na década de 1950,-
Foto: Divulgação via Futebol Feminino do Brasil

Para entender como essa proibição foi possível, a historiadora Giovana Capucim e Silva estudou o caso em seu mestrado, recorrendo a documentos e jornais da época.
Sua dissertação se transformou no livro Mulheres Impedidas: A proibição do futebol feminino na imprensa de São Paulo, publicado pelo selo Drible de Letra, da editora Multifoco.
Com sua pesquisa, Giovana quer destacar que, mesmo com a proibição do esporte no País, as mulheres nunca pararam de jogar futebol. Seja na várzea ou em eventos de caridade, elas sempre desafiavam a tensão entre a “essência feminina” idealizada pela Era Vargas e a reafirmação da masculinidade presente nos jogos.
“A resistência do Estado, muitas vezes, era o menor obstáculo que elas encontravam para poder jogar futebol”, escreve a historiadora. “Os olhares e comentários repressores recebidos das famílias, amigos e companheiros(as) podiam pesar-lhes muito mais do que qualquer resolução de órgãos estatais”.
Após quatro décadas, a regulamentação do futebol feminino veio em 1983 graças à luta de jogadoras e a relevância econômica internacional. A proibição, no entanto, tem reflexos negativos no esporte até hoje, como o pouco incentivo ao futebol feminino e a falta de patrocinadores.
Fonte: USP

Presidência do Fórum de Juventude dos Países de Língua Portuguesa é Assumida pelo Brasil

(Imagem: Reprodução Revista Zunta Cloçon)

“Investir na Juventude” foi o tema da Semana da Juventude da CPLP  que decorreu em finais de novembro em Cascais, uma vila portuguesa, que abraçou a iniciativa no quadro do programa Cascais 2018 – Capital Europeia de Juventude.

O evento foi organizado pelo Fórum da Juventude da CPLP (FJCPLP) em articulação com a CPLP, e reuniram jovens dos nove Estados membros.

 O encontro  teve como objetivo o  aprofundamento do intercâmbio cultural e político entre os jovens, debatendo o papel da juventude no desenvolvimento estratégico do espaço lusófono e da agenda 2030 e a partilha de boas práticas de cooperação no espaço.  

Estiveram presentes diversas organizações de juventude oriundas dos países de língua portuguesa. Momento de envolvimento e conhecimento mútuo  e organizações de juventude, bem como de reflexão sobre o papel da cooperação no setor da juventude para a construção da comunidade.

Em paralelo aconteceu  a reunião de trabalho e a Assembleia Geral do Fórum de Juventude da CPLP, destinadas aos membros do FJCPLP, que são os líderes dos Conselhos Nacionais de Juventude de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, São Tomé e Príncipe.  Timor-Leste foi o único país ausente. 

Também foi a oportunidade para a assinatura da constituição formal do Fórum, que decorreu na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O Brasil foi eleito para a presidência do Fórum de Juventude dos Países de Língua Portuguesa, para os próximos dois anos, tendo Guiné-Bissau na Vice-Presidência.    Marcus Barão, vice-presidente do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), assumiu a tarefa de  trabalhar em uma agenda com planos concretos  que “viabilizem a mobilidade na comunidade e o fortalecimento de cada conselho da juventude em cada uma dessas comunidades”.


Ainda enquadrado na semana da juventude da CPLP, foi organizado na sede da organização uma conferência denominada “Mobilidade Académica e Juvenil na CPLP – Desafios e Soluções”, com intuito de contribuir para uma maior mobilidade na comunidade, mediante o levantamento e partilha de obstáculos e ações empreendidas para ultrapassá-los, no sentido de partilha de boas práticas empreendidas por variados atores sociais. 

Fonte: Conexãolusofona

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A realidade do assédio no mercado de comunicação para as mulheres


Uma pesquisa realizada pelo Grupo de Planejamento em parceria com o Instituto Qualibest durante o mês de outubro de 2017 aferiu que 90% das mulheres e 76% dos homens que trabalham nesta área já experimentaram algum tipo de assédio, seja moral ou sexual.
O estudo “Hostilidade, silêncio e omissão: o retrato do assédio no mercado de comunicação de São Paulo” obteve respostas e avaliações de 1.400 profissionais de agências, produtoras e veículos de imprensa da capital e região metropolitana do estado.
Em relação a outras áreas, a diferença é grande: o mercado de trabalho em geral possui um índice de 52% de profissionais já assediados, segundo uma pesquisa do site Vagas.com.
A percepção de que há assédio na categoria é generalizada: quase 100% dos profissionais consultados concordam com a afirmação. Enquanto 89% das mulheres afirmam que o assédio moral é frequente, 85% dos homens se veem na mesma situação. Já o assédio sexual é recorrente para 67% das mulheres e 52% dos homens.
O levantamento ainda apontou que o assédio é um problema estrutural, parte de um ciclo em diferentes níveis hierárquicos: 22% dos estagiários e assistentes apontaram assédio por parte de presidentes e sócios das empresas, enquanto diretores — com cargos intermediários e de contato imediato com as equipes — afirmam em sua maioria (83%) ter sido assediados pelos seus superiores, enquanto também são citados como agressores por 63% do restante dos profissionais ouvidos.
Assédio Sexual
A questão do assédio sexual atinge, principalmente, as mulheres. Uma a cada duas (51%) já passou por uma situação do gênero no trabalho, sendo que 39% dos casos envolveram contato físico. Entre as profissionais da área de criação, 64% já foram assediadas sexualmente.
Os homens são os principais agressores sexuais; não importa o gênero do profissional agredido. 9% dos homens afirmam ter sofrido assédio sexual, mas, deles, 72% foram assediados por outros homens.
A violência tem impacto direto na saúde dos profissionais: 62% das mulheres ouvidas e 51% dos homens afirmam ter sofrido algum sintoma por causa de assédio moral. Os mais comuns foram: crises de choro; ansiedade; sentimento de inutilidade; depressão; abuso de bebida alcoólica; diminuição de libido e ideação suicida.
Ainda de acordo com a pesquisa, a cultura da hostilidade é alimentada pela relação com clientes, que perpetuam o assédio moral e são responsáveis por um terço das histórias relatadas. Prazos impossíveis, pressão intensa, extensão indevida do horário de trabalho estão entre as situações mais frequentes.
Os departamentos de Recursos Humanos das empresas são vistos como ineficientes pelos entrevistados e raramente são procurados para resolver os casos. 12% das mulheres e 8% dos homens que sofreram assédio moral afirmaram que procuraram esta alternativa. Estes números caem para 3% e 7% em casos de assédio sexual. 87% de todos os ouvidos afirmaram ainda nunca ter recebido orientações de seus empregadores sobre como lidar com assédio e apenas 5% encontraram nas companhias um canal direto para denúncia.
Fonte: Ag. Patrícia Galvão

sábado, 2 de dezembro de 2017

Rede de hipermercado é condenada a pagar multa de R$ 458 mil por racismo contra uma Criança

O rede de hipermercado Extra foi condenada a pagar uma multa de 458.240 reais por constrangimento a uma criança negra de 10 anos, que foi obrigada a comprovar o pagamento de suas compras na unidade na Marginal Tietê, em São Paulo. 
A empresa recorria de uma decisão judicial anterior, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) decidiu manter a penalidade.

O fato aconteceu em 13 de janeiro de 2011, quando um funcionário levou o menino negro, desacompanhado de um responsável, para uma sala reservada a fim de que prestasse esclarecimentos sobre "um possível furto". Mesmo depois de apresentar a nota fiscal, a criança foi mantida no local. 

racismo

A ação contra a rede foi movida pelo Procon-SP. No relatório, o órgão argumenta que o hipermercado se aproveitou “da inexperiência da criança”, para tirar a liberdade do mesmo.

Para a relatora do processo, Flora Maria Nesi Tossi Silva, ambas as entidades são parceiras de negócio: “não se pode, portanto, pretender isentar de responsabilidade, sob argumento de quem seria o administrador da sede onde ocorreram os fatos”.]

No mesmo acontecimento, o Extra foi acusado pelo crime de racismo e segregação da pessoa negra. 

Diante disso, a rede alegou não poder ser julgada duas vezes pelo mesmo caso, além de apontar inconsistências nas provas e contradições nos depoimentos das testemunhas.

“A impugnação da empresa autora, limita-se, basicamente, a afirmar que as crianças estariam mentindo e que seus funcionários estariam falando a verdade. Ocorre, no entanto, que a materialidade e autoria do crime de constrangimento ilegal, cárcere privado e injúria foram devidamente apuradas em inquérito policial”, ressaltou Flora.

Contatada pelo InfoMoney, a rede de hipermercados esclarece “que repudia qualquer atitude discriminatória e que tem na diversidade uma importante alavanca social e
econômica, respeitando a todos os seus clientes, colaboradores e parceiros”.

Mas sobre o caso em questão não pode comentá-lo, porque ainda está em andamento
Fontes: informoney/ IG/Minas Gerais

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