Por Mônica Aguiar
Pela primeira vez no Brasil, uma indígena Sônia Guajajara Araribóia, assume como Ministra.
Um levantamento feito pelo Alma Preta em (02/01/23) para saber qual o número de ministros negros no alto escalão, conseguiram detectar em sites oficiais, por autodeclarações, que 10 Ministros se autodeclaram negros e pardos. Sendo:- Anielle Franco, Carlos Luppi, Flávio Dino, Juscelino Filho Luciana Santos, Margareth Menezes, Marina Silva, Silvio Almeida, Rui Costa, Waldez Gões.
A partir desta pesquisa, podemos considerar que Lula se torna o Chefe de Estado com maior número de negros e negras indicados no alto escalão do Governo federal.
Na
minha avaliação, as indicações se tornam um marco reparatório para desconstruir
o formato dado na sociedade onde sempre privilegiam brancos no primeiro escalão do Governo Federal, excluindo completamente negros e
indígenas da participação em cargos com indicação e nomeação por tomada de
decisão política.
No primeiro governo
Lula, em 2003, foram nomeadas cinco ministras: Marina Silva (Meio Ambiente);
Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social); Dilma Rousseff (Minas e
Energia); Matilde Ribeiro (Secretaria de Igualdade Racial); Emília Fernandes
(Secretaria de Políticas para Mulheres). Mulheres conhecidas nacionalmente pela
experiência técnica e atuação política, aproximação e diálogo permanente com a
militância de mulheres e seus seguimentos na sociedade.
A participação de mulheres no atual governo foi uma das promessas de Lula durante a campanha eleitoral, ainda que as mulheres que apoiaram Lula desejasse a paridade total nos cargos, para contrapor pensamentos e ações discriminatórias e racistas do grupo negacionista de Jair Bolsonaro atuou para para deturpar os verdadeiros objetivos das políticas de gênero, saúde das mulheres nos direitos sexuais e reprodutivos, saúde materna, direitos humanos e combate ao racismo.
A extinção de várias políticas específicas e ações afirmativas para a população: — feminina, negra e indígenas implantadas por Lula e Dilma, proporcionou um aumento significativo de múltiplas formas de violências contra mulheres e grupos LGBTQI+ entre 2019 e 2022.
É inegável que a dada composição é um importante avanço. Porém, este marco está bem longe da paridade, e das reparações aguardada pelas mulheres e principalmente pelas mulheres negras. São menos de 30% de representação ministerial. As mulheres no Brasil representam mais de 51% da população brasileira e sua ampla maioria é composta de mulheres negras. Lula obteve cerca de 53% dos votos femininos para se eleger.
Apesar de alguns Ministros não atuar em conjunto com as notórias entidades organizadas do Movimento negro e Movimento
de mulheres que: pautaram historicamente o racismo e machismo na sociedade
brasileira, que desnudou a hipocrisia da democracia racial para o mundo, que
denunciou ao mundo as desigualdades raciais e suas mazelas, EU espero que os
direitos humanos das mulheres e meninas negras sejam pautados com o devido
respeito, seja transversalizado sem recorte, em todos os ministérios. Afinal,
somos a maioria da população brasileira.
Sei que enfrentar o racismo sistêmico não é uma tarefa fácil, nem para o Presidente Lula. Mas é fundamental que demais Ministros, tenham compromissos de dirimir as desigualdades existentes entre homens e mulheres, não negros e negros.
É imprescindível que todos os Ministros
garantam a presenças de mulheres negras nas principais estruturas hierárquicas
dos Ministérios, secretarias e órgãos com status ministeriais: Educação,
Justiça e Segurança Pública, Fazenda, Casa Civil, Relações Exteriores, Relações
Insitucionais, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Trabalho e
Emprego, Advocacia-Geral da União, Controladoria-Geral da União, Direitos
Humanos e Cidadania, Portos e Aeroportos, Secretaria-Geral da Presidência da
República, Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome,
Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Agricultura e Pecuária,
Previdência Social, Defesa, Pesca e
Aquicultura, Comunicação Social, Segurança Institucional, das Cidades,
Integração e Desenvolvimento Regional, Transportes, Minas e Energia,
Comunicações e Turismo.
Embora algumas Ministras declara não
pertencer a partido algum, estão dentro do leque político de indicações. As que declaram
estar dentro de um partido, estão no (PT, União Brasil, Rede, MDB, PSOL e
PCdoB).
Para engrossar esta lista de mulheres com comando no Governo Lula, Fernando Haddad(PT), Ministro da Fazenda deu o primeiro passo em prol da igualdade. Indicou nomes de duas mulheres para comandar o Banco do Brasil com Tarciana Medeiros e a Caixa Econômica Federal com Rita Serrano. Para o Banco do Brasil nos seus 200 anos, e que nunca uma mulher chegou a sua presidência é uma decisão importante e reparatória.
Vejam quem são das
- Anielle
Franco,
ministra da Igualdade Racial;
- Ana
Moser, ministra do
Esporte;
- Cida
Gonçalves,
ministra das Mulheres;
- Daniela
do Waguinho,
ministra do Turismo;
- Esther
Dweck, ministra da
Gestão;
- Luciana
Santos,
ministra de Ciência e Tecnologia.
- Margareth Menezes, ministra da Cultura;
- Marina
Silva, ministra do Meio
Ambiente;
- Nísia
Trindade,
ministra da Saúde;
- Simone
Tebet, ministra do
Planejamento e Orçamento;
- Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas;
Fontes:
Alma Preta, G1, DP,Folha,Diario de Pernambuco
Nenhum comentário:
Postar um comentário