quarta-feira, 18 de maio de 2022

Novos fatores das desigualdades aprofunda abismo entre as mulheres no mercado de trabalho


Por Mônica Aguiar 

Novos fatores das desigualdades de acesso e permanência no trabalho tem atingido diretamente as mulheres de maneira geral, destas, em grande proporção as mulheres negras.

A situação econômica e social das mulheres no Brasil com relação ao trabalho estar cada dia mais grave na medida que o mercado de trabalho se deteriora.  Milhares de mulheres se encontram na condição de desocupadas, sublocadas e desalentadas. Chegam a ficar sem trabalho por um período acima de 2 anos sobrevivendo com menos de um salário mínimo.  Em junho de 2020, 39,4% estavam desocupadas. Superando à taxa de desocupação dos homens.

Com o Brasil ladeira abaixo na produtividade as principais causas do desalento se apresentam na falta de condições financeiras de fazer qualificação, trabalhos e salários inadequados, falta de experiência por ser jovem, fator idade maior, excesso de horas de trabalho e desvio de funções.  Na linha imaginaria da produtividade os “pontos considerados ativos” afetam e muito as mulheres negras e criam barreiras de acesso aos postos de trabalhos.

A cada dia mais mulheres estão exercendo funções de prestação de serviços, serviços essenciais e domésticos com salários menores que o piso nacional das categorias destes grupos.

A maioria das mulheres tem assumido uma jornada de trabalho exaustiva e excessiva, tendo que conciliar:-  trabalho fora, trabalho em casa, cuidado dos filhos ou netos, educação direta, ajuda à familiares e a própria sobrevivência.

Nestes últimos anos, as trabalhadoras domésticas é a categoria que concentra maioria sem registros nas carteiras de trabalho. Destas, as mulheres negras são maioria sem registro, chegando a 74%. Muitas cumprem trabalho análogo ao período escravidão.  

As mulheres além de ser as mais atingidas pela crise política e econômica, são as mais afetadas por todos os efeitos da pandemia e o pós pandemia.

No ranking da igualdade salarial, o Brasil ocupa o penúltimo lugar entre todos os países das Américas. Em todo os números da linha da pobreza a maioria são as mulheres.

Se compararmos a participação das mulheres no mercado de trabalho, no período de 2019 e 2020, depararemos com uma queda em 2020 de 7 pontos percentuais.  

Nestes últimos três anos as mulheres tem encontrado grandes dificuldades de se manter no trabalho. As poucas que rompem com as barreiras encontram grandes dificuldades de ascensão na carreira.

A falta de creches e escolas que estejam adequadas o tempo na escola ao período de trabalho é um fator de agravamento da manutenção na mulher no mercado de trabalho formal.  

A extinção e mudanças de vários programas sociais e transversais de políticas públicas para as mulheres tem contribuído para crescente quadro de miserabilidade das famílias que são chefiadas por mulheres.

As diferenças salariais variam muito mais quando analisados por raça/cor. Uma mulher negra chega ganhar 50% menos. O rendimento domiciliar per capita médio das trabalhadoras negras é metade do recebido pelos brancos. Estas diferenças tem remetido a população negra a conviver sem perspectivas em um quadro de profundas desigualdades.

Os pretos e pardos correspondem a 72,7% dos que estão em situação de pobreza ou extrema pobreza - são 38,1 milhões de pessoas. Dentre aqueles em condição de extrema pobreza, as mulheres pretas ou pardas compõem o maior contingente: 27,2 milhões de pessoas. (Pontesocial)

A falta de esperança nas ações de governo e na política brasileira, passam a ser refletidas nos rostos cansados, vistos diariamente pelas ruas.   

O Governo Federal e muitos Estados e Cidades, não se dispuseram em dar um passo, em direção ao combate às desigualdades sociais e raciais direcionados para as mulheres antes, durante e pós a pandemia.

Para avançar nos direitos das mulheres garantindo a equidade e implementação das políticas públicas é preciso transformar medidas pontuais em ações verdadeiramente afirmativas, transversais, intersetoriais e reparatórias. A adoção destas estratégias é fundamental pra garantir equilíbrio nas relações de trabalho.

É preciso reparar os danos sofridos e mudar os paradigmas .

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