Por Mônica Aguiar
Novos fatores das desigualdades de acesso e permanência no trabalho tem atingido diretamente as mulheres de maneira geral, destas, em grande proporção as mulheres negras.
A situação econômica e social das mulheres no Brasil com
relação ao trabalho estar cada dia mais grave na medida que o mercado de
trabalho se deteriora. Milhares de
mulheres se encontram na condição de desocupadas, sublocadas e desalentadas.
Chegam a ficar sem trabalho por um período acima de 2 anos sobrevivendo com menos
de um salário mínimo. Em junho de 2020, 39,4% estavam desocupadas.
Superando à taxa de desocupação dos homens.
Com o Brasil ladeira abaixo na produtividade as principais
causas do desalento se apresentam na falta de condições financeiras de fazer qualificação,
trabalhos e salários inadequados, falta de experiência por ser jovem, fator
idade maior, excesso de horas de trabalho e desvio de funções. Na linha imaginaria da produtividade os
“pontos considerados ativos” afetam e muito as mulheres negras e criam barreiras
de acesso aos postos de trabalhos.
A cada dia mais mulheres estão exercendo funções de prestação
de serviços, serviços essenciais e domésticos com salários menores que o piso
nacional das categorias destes grupos.
A maioria das mulheres tem assumido uma jornada de trabalho
exaustiva e excessiva, tendo que conciliar:- trabalho fora, trabalho em
casa, cuidado dos filhos ou netos, educação direta, ajuda à familiares e a própria
sobrevivência.
Nestes últimos anos, as trabalhadoras domésticas é a
categoria que concentra maioria sem registros nas carteiras de trabalho. Destas,
as mulheres negras são maioria sem registro, chegando a 74%. Muitas cumprem
trabalho análogo ao período escravidão.
As mulheres além de ser as mais atingidas pela crise política
e econômica, são as mais afetadas por todos os efeitos da pandemia e o pós
pandemia.
No ranking da igualdade salarial, o Brasil ocupa o
penúltimo lugar entre todos os países das Américas. Em todo os números da linha
da pobreza a maioria são as mulheres.
Se compararmos a participação das mulheres no mercado de
trabalho, no período de 2019 e 2020, depararemos com uma queda em 2020 de
7 pontos percentuais.
Nestes últimos três anos as mulheres tem encontrado grandes dificuldades
de se manter no trabalho. As poucas que rompem com as barreiras encontram grandes
dificuldades de ascensão na carreira.
A falta de creches e escolas que estejam adequadas o tempo na
escola ao período de trabalho é um fator de agravamento da manutenção na mulher
no mercado de trabalho formal.
A extinção e mudanças de vários programas sociais e
transversais de políticas públicas para as mulheres tem contribuído para crescente
quadro de miserabilidade das famílias que são chefiadas por mulheres.
As diferenças salariais variam muito mais quando analisados
por raça/cor. Uma mulher negra chega ganhar 50% menos. O rendimento
domiciliar per capita médio das trabalhadoras negras é metade do recebido pelos
brancos. Estas diferenças tem remetido a população negra a conviver sem perspectivas
em um quadro de profundas desigualdades.
Os pretos e pardos correspondem a 72,7% dos que estão em
situação de pobreza ou extrema pobreza - são 38,1 milhões de pessoas. Dentre
aqueles em condição de extrema pobreza, as mulheres pretas ou pardas compõem o
maior contingente: 27,2 milhões de pessoas. (Pontesocial)
A falta de esperança nas ações de governo e na política
brasileira, passam a ser refletidas nos rostos cansados, vistos diariamente
pelas ruas.
O Governo Federal e muitos Estados e Cidades, não se
dispuseram em dar um passo, em direção ao combate às desigualdades sociais e
raciais direcionados para as mulheres antes, durante e pós a pandemia.
Para avançar nos direitos das mulheres garantindo a equidade e
implementação das políticas públicas é preciso transformar medidas pontuais em
ações verdadeiramente afirmativas, transversais, intersetoriais e reparatórias.
A adoção destas estratégias é fundamental pra garantir equilíbrio nas relações
de trabalho.
É preciso reparar os danos sofridos e mudar os paradigmas .
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