Por Mônica Aguiar
A representante do Estado do Paraná venceu a edição
2016 da Miss Brasil Be Emotion: Raissa Santana, foi coroada
miss na noite deste sábado na cerimônia realizada no Citibank Hall, em São
Paulo.
A paranaense de 21 anos é a segunda mulher negra a vencer o
concurso: a primeira foi a gaúcha Deise Nunes, em 1986.
Esta edição ficou marcada justamente como a que teve
o maior número de candidatas negras na história do concurso, apesar
deste número ser muito menor que o total das 27 participantes, apenas
seis mulheres negras disputaram o título de mais bela do país.
As misses negras Victória Esteves (Miss Bahia), Beatriz
Leite (Miss Espírito Santo), Deise D’Anne (Miss Maranhão), Raissa Santana (Miss
Paraná), Mariana Deny (Miss Rondônia) e Sabrina Paiva (Miss São Paulo).
Para comparar, na disputa do ano passado, apenas uma
das candidatas era negra (a Miss Distrito Federal Amanda Balbino).
Mais: desde a primeira edição do Miss Brasil, em 1954, o concurso teve apenas
uma vencedora negra, a gaúcha Deise Nunes, eleita em 1986.
A entrega da faixa foi feita pela Miss Brasil 2015, Marthina
Brandt, que na sexta-feira revelou que lutou contra o
câncer em segredo.
Vencedora de dois desafios durante o concurso (o da Ellus e
o da maquiagem), a paranaense Raissa teve a oportunidade de dizer aos jurados
ao vivo por que merecia ganhar a coroa.
Ela declarou que desejava “quebrar o jejum de 30 anos”
desde que a última miss negra venceu o concurso de beleza.
Deise Nunes |
A quarta representante a ser coroada Miss Brasil em
1986 foi do Rio Grande do Sul Deise Nunes Ferst ( a
primeira e única negra a vencer o concurso até então).
Em entrevista ao site de Donna no início da semana, a
gaúcha se disse contente com o envolvimento das candidatas negras na
competição e que esperava que o público reconhecesse a beleza das
participantes.
– Com certeza, a recepção está mais aberta –
afirmou. – Isso abre portas para elas e, se alguma for eleita, é importante que
ela de fato abrace a causa da negritude e lute sempre por respeito,
oportunidade e espaço.
Diversas revistas de moda e beleza considera esta
edição diferente das anteriores, devido diversidade, já que tem o maior
número de candidatas negras da história do concurso.
Fato é, que apesar da população negra ser
predominante no Brasil, representando 53,6%, a mulher negra
ainda sofre muito com a desigualdade racial.
A ausência da mulher negra nas peças de
publicidades brasileira é uma realidade constante em todos meios de
comunicação . Ainda ficam reservados as mulheres negras
estereótipos e pejorativos de um ser servil e sem raízes. As limitações
no exercício da cidadania e os parâmetros já pré
estabelecidos no imaginário da sociedade reforçados pela mídia,
cria barreiras traduzidas em todos os
indicadores socioeconômico do Brasil. Estas seis mulheres abrem portas e apontam para uma
conquista importante para mulheres negras que vem paulatinamente se
posicionando perante toda a sociedade .
“Desde que a BE Emotion, do grupo Polishop, assumiu o
concurso, queríamos que ele retratasse a beleza brasileira. Com sua
diversidade, de pele, cabelos e estilos”, diz Karina Ades, diretora do
concurso. Ela reforça ainda que a preocupação com a pluralidade feminina
reflete o país. “Além disso, o Miss Brasil está mais voltado para eleger uma
candidata que represente a mulher nacional por sua beleza, mas também com personalidade
para representar causas e ideias. O concurso está mais moderno e dinâmico, com
provas e desafios que deixam a competição mais emocionante”, revela.
Fontes: revistadonna/diáriodepernambuco
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