terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A Primeira Astronauta Negra na ISS"Jeanette Epps"

Engenheira será primeira pessoa negra na Estação Espacial Internacional

Astronauta Jeanette Epps será a primeira pessoa negra a participar de uma missão na Estação Espacial Internacional (ISS), informou a Nasa.

Jeanette Epps, física de 46 anos, trabalhou para a CIA e chegará à ISS em 2018 como engenheira de voo, junto com seu compatriota Andrew Feustel, um astronauta veterano, para uma missão de 6 meses em órbita.

A NASA já enviou 14 astronautas negros para o espaço ao longo das décadas, mas nunca nenhum ficou a bordo da ISS como um membro da tripulação. 
Jeanette será a primeira negra e a 13ª mulher a chamar a ISS de casa,  desde que a estação espacial foi fundada em 1998.

A Nasa já teve cinco mulheres e um homem negro como astronautas, e todos participaram em missões de naves espaciais, Jeanette Epps será a primeira na ISS.

Os seis membros da tripulação da ISS realizam missões em órbita de seis meses.

Jeanette Epps,46 anos, é formada em física, doutora em engenharia aeroespacial pela Universidade de Maryland. 
A astronauta já trabalhou também para a CIA durante 7 anos, aprendeu russo para trabalhar com seus colegas da agência espacial da Rússia que integram a tripulação da ISS.

(Com Agência AFP)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Grupos Religiosos Dificultam Planejamento Familiar.

225 milhões de latino-americanas e caribenhas em idade reprodutiva não fazem uso de métodos contraceptivos 

A influência de grupos religiosos e conservadores no desenho e execução das políticas públicas de planejamento familiar prejudicam o acesso das mulheres aos métodos contraceptivos no Brasil. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada em cinco países da América Latina.

O estudo feito pela Federação Internacional de Planejamento Familiar/Região do Hemisfério Ocidental (IPPF/RHO) ouviu 100 especialistas no México, Colômbia, Argentina, Chile e Brasil. O resultado mostra que as brasileiras são as que menos têm acesso às informações sobre métodos contraceptivos. A razão para o mau posicionamento é o conservadorismo associado à religião.

De acordo com a pesquisa, o Brasil possui uma das legislações “mais avançadas” do continente no que se refere ao planejamento familiar e ainda conta com um sistema de saúde que distribui gratuitamente métodos contraceptivos. Mas não há um acompanhamento para descobrir quais melhor se adaptam à vida dessas mulheres.

O acesso às informações e aos métodos contraceptivos permite às brasileiras decidirem sobre a maternidade, se querem ou não ter filhos e em qual momento desejam ser mães, explicou a socióloga Jacqueline Pitanguy, da ONG Cepia, parceira da pesquisa.
“Além de essas políticas reduzirem o índice de gravidez na adolescência e os abortos clandestinos, as mulheres que conseguem planejar a gravidez têm condições de desempenhar um papel mais ativo na sociedade e dar aos seus filhos melhores condições de vida”.

O Brasil também recebeu baixa avaliação no quesito educação sexual nas escolas, pois o tema não é obrigatório nas salas de aula do país. Além disso, as campanhas de saúde sobre sexualidade focam apenas na prevenção de HIV/Aids e no uso de preservativos.
Também foi registrado no estudo que, ao contrário de México e Chile, por aqui não há programas específicos para a atenção de grupos e mulheres em situação de vulnerabilidade social.

Por fim, a influência religiosa e cultural de profissionais de saúde limita o uso de protocolos e a participação desses profissionais em treinamentos sobre o tema.

Embora a América Latina e o Caribe tenha registrado o maior crescimento mundial em relação à participação das mulheres no mercado de trabalho, de 40% para 54,3%, o aumento do uso de anticoncepcionais foi consideravelmente pequeno, de 66,7% para 67%. Ou seja, 225 milhões de latino-americanas e caribenhas em idade reprodutiva não fazem uso de métodos contraceptivos.

Fonte:marieclare

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

PEC garante presença feminina em listas de indicados para tribunais

Se a PEC for aprovada, poderá  estabelecer a exigência da participação de diversidade de gêneros na composição das listas sêxtuplas e tríplices formadas para indicação de membros do Ministério Público e da advocacia para compor os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios. Objetivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 43/2016, foi apresentada  pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), e mais 07 senadoras : - Ana Amélia, Fátima Bezerra, Gleice Hoffmann, Lídice da Mata, Regina de Souza, Simone Tabet e Ângela Portela. 
Pela Constituição, só podem compor a lista sêxtupla indicada pelo Ministério Público para os tribunais procuradores com mais de 10 anos de carreira. O mesmo critério vale para a lista sêxtupla de advogados, que ainda devem possuir reputação ilibada e notório saber jurídico. Posteriormente o tribunal forma uma lista tríplice e a envia ao Poder Executivo, que por fim escolhe o nomeado.
A PEC estabelece uma cota mínima de um terço para cada um dos gêneros tanto nas listas sêxtuplas, quanto nas posteriores listas tríplices. Vanessa Grazziotin sublinha que o objetivo é aumentar a presença de mulheres nos TRFs e nos tribunais estaduais.
"Garantimos assim que pelo menos duas das vagas de cada lista sêxtupla sejam preenchidas por mulheres. E o mesmo valerá nas listas tríplices de cada Tribunal, assegurando ao menos uma mulher podendo ser indicada pelo Poder Executivo na vaga que estiver aberta", afirmou.
O texto tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde ainda aguarda a indicação de relator.
Fonte: Senado 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Mulheres perdem mais com a reforma da Previdência

Trabalhadoras terão idade de ingresso equiparada à dos homens, aos 65 anos

As mulheres poderão ser as grandes prejudicadas pela reforma da Previdência. De acordo com as propostas apresentadas pelo Governo Federal em dezembro, a idade mínima para a mulher ter direito a dar entrada em sua aposentadoria será equiparada à dos homens: 65 anos. 
Já os valores de pensões por morte, grande parte destinados a viúvas e a filhas de segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) falecidos, sofrerão grande redução, com possibilidade de algumas pensionistas receberem benefícios abaixo do salário mínimo.
Com a uniformidade das regras para homens e mulheres na Previdência Social, a maior prejudicada, segundo os especialistas, é a mulher. Igualar a idade mínima no contexto atual no Brasil significaria um retrocesso nos direitos das mulheres.

“Hoje, se trata de maneira diferente casos diferenciados. Essas distinções não devem ser tratadas com igualdade, pois você gera ainda mais injustiça e aumenta o ‘gap’ de gênero”, afirma a socióloga e cientista política do Ibmec-RJ, Angela Fatorelli.
Apesar das mudanças que ocorreram nos últimos anos, inclusive o aumento da participação feminina no mercado de trabalho, a professora do Ibmec-RJ Angela Fatorelli,  lembra que não se pode negar que a mulher continua trabalhando mesmo após se aposentar. “A diferença de idade seria uma compensação da jornada dupla e do cuidado com a família, que não se encerra com a aposentadoria.”
E, por mais que a última reforma da Previdência seja antiga e considerada “ultrapassada” (e uma reforma seja necessária para dar sustentabilidade ao sistema), a jornada dupla das mulheres brasileiras continua bem atual.
“Hoje, as mulheres podem se aposentar cinco anos mais cedo do que os homens, tanto no regime por idade, quanto no regime por tempo de contribuição. Na reforma apresentada pela equipe do presidente, quanto mulheres devem se aposentar aos 65 anos, com tempo mínimo de contribuição de 25 anos”, explica o advogado previdenciário Celso Joaquim Jorgetti.
Com a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 287), a PEC da Previdência, que já tramita no Congresso, as mulheres perderão o benefício atual de redução de cinco anos para dar entrada na aposentadoria por idade, além da redução de cinco anos que possuem na concessão da aposentadoria por tempo de contribuição. 
Isso porque, nos dias de hoje, as mulheres podem requisitar aposentadoria ao comprovarem 30 anos de contribuição, enquanto os homens precisam comprovar 35 anos de contribuição ao INSS.“Sem dúvida, todos os brasileiros serão prejudicados caso as propostas apresentadas sejam aprovadas, mas as mulheres sofrerão as maiores perdas”, afirma Celso Joaquim.
 O tratamento atual dado às mulheres em questões de concessão de benefício previdenciário são fruto da Constituição Federal e de justiça social. 
Tais  medidas , que tramitem uma visão de igualdade, na verdade é um grande  retrocesso de direitos conquistados pelas mulheres.
“A questão de tratar de forma diferente as mulheres ocorre em função do princípio da igualdade/isonomia, tratando igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, nas medidas de suas diferenças. Esperamos que o Congresso vete tais modificações, pois só assim estará garantindo a mulher seus direitos fundamentais relacionados à Previdência”, observa.
O especialista ressalta que a única benesse prevista para as mulheres na reforma está relacionada à regra de transição, onde mulheres com 45 anos ou mais deverão cumprir pedágio de 50% para se aposentar. Para os homens a regra de transição será com 50 anos ou mais.
O professor e autor de obras de Direito Previdenciário Marco Aurélio Serau Junior acredita que a equiparação da idade é uma grande injustiça e está inadequada ao cenário social brasileiro. 
“Vale ressaltar que a equiparação de idade de 65 anos é válida para as trabalhadoras rurais também. E foge totalmente do nosso contexto social, em que as mulheres, além de todas as dificuldades que enfrentam no mercado de trabalho, com salários com valores mais baixos e cargos de menor expressão que os homens, ainda são as responsáveis, na maioria das vezes, pelos afazeres domésticos, criação de crianças e cuidados de idosos. Nesse sentido, a proposta de reforma previdenciária é totalmente inadequada à realidade social brasileira”, argumenta.

Alteração no cálculo
Além de modificar a idade mínima para a aposentadoria e definir o novo tempo de contribuição, a reforma da Previdência também irá alterar a forma de cálculo do valor da aposentadoria.
Celso Jorgetti destaca que, com a reforma, o valor da aposentadoria passará a ser calculado por uma nova fórmula. O benefício vai corresponder a 51% da média dos salários de contribuição, acrescido de um ponto percentual para cada ano que o trabalhador contribuiu. Dessa forma o trabalhador com 25 anos de contribuição e 65 de idade vai se aposentar com renda igual a 76% do seu salário de contribuição. 
“E isso afeta diretamente as mulheres, que no atual sistema precisam atingir 85 pontos (soma da idade e tempo de contribuição) para receber aposentadoria integral”, afirma Jorgetti.

Pesquisa 
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais – Uma análise das condições de vida da população brasileira, divulgada no início de dezembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres trabalham cerca de cinco horas a mais que eles por semana.
E o pior: ganham cerca de 30% menos que os homens, uma vez que elas trabalham cerca de seis horas a menos por semana que os homens em sua ocupação remunerada.
Por outro lado, como dedicam duas vezes mais tempo que os homens para as atividades domésticas, o total de horas trabalhadas pelas mulheres é de, em média, 55,1 horas por semana, contra 50,1 horas deles.
Ainda segundo a pesquisa, na última década, os homens permaneceram com uma jornada de apenas 10 horas semanais com os afazeres domésticos — o que prova que aqui pouca coisa progrediu e, apesar dos avanços das mulheres no mundo corporativo nos últimos anos, ainda sobra para elas o cuidado da casa e dos filhos.
Fontes A Tribuna / EXAME.com
Foto:Exame

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Brasil já está pronto para igualar aposentadoria de homens e mulheres?

A proposta do governo de reforma da Previdência prevê regras iguais para homens e mulheres: eles e elas só poderão se aposentar com, no mínimo, 65 anos de idade e 25 de contribuição. Pelas regras atuais, as mulheres conseguem a aposentadoria cinco anos mais cedo que os homens, seja por idade ou por tempo de contribuição. 
Um dos argumentos do governo para acabar com essa diferença, detalhado no próprio texto da proposta, é que as mulheres estão vivendo cerca de sete anos mais do que os homens. Além disso, o governo alega que, ao longo do tempo, elas estão ocupando postos de trabalho que antes eram destinados a eles, apesar de ainda haver desigualdade.
Hoje, a inserção da mulher no mercado de trabalho, ainda que permaneça desigual, é expressiva e com forte tendência de estar no mesmo patamar do homem no futuro.
O governo diz que, no passado, essa diferenciação fazia sentido devido à dupla jornada e à maior responsabilidade da mulher com os cuidados da família, principalmente com os filhos, mas isso estaria mudando.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística) são citados como argumento.
O contingente de mulheres que se dedicam aos afazeres domésticos de 15 a 29 anos de idade caiu de 88,2% para 84,6% entre 2004 e 2014. Mais do que isso, o número médio de horas semanais dedicadas a essas atividades diminuiu de 23,0 para 20,5 horas no mesmo período.

Igualdade ou desigualdade?

Há dois fatores a serem considerados, na opinião da professora da Bete Adami, da PUC-SP. Por um lado, se pensar que a mulher tem dupla jornada, deveria haver, sim, um privilégio de se aposentar antes. Por outro lado, se a reivindicação é pela igualdade, não deveria haver essa diferenciação, afirma.

As mulheres reivindicam a igualdade, mas, quando ela é colocada em xeque, defende-se a desigualdade. Tendo a ir pela igualdade. A mulher vive mais e tem mais força emocional.
Bete Adami, professora da PUC-SP

Afazeres são 'predominantemente femininos'

A diferença entre homens e mulheres ao longo dos anos caiu pouco, na visão de Sônia Fleury, professora da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV. 
Todos estão cansados de saber que os afazeres [domésticos] são predominantemente femininos. Há um processo muito lento de mudanças.
Sônia Fleury, professora da Ebape/FGV
A especialista diz que as mulheres estão no mercado de trabalho e vivendo mais, mas elas saem do emprego com mais frequência para cuidar de algum familiar doente ou dos próprios filhos.
"Não há políticas públicas como em outros países. Na Alemanha, por exemplo, se é preciso ficar em casa para cuidar de um parente, os profissionais não se desligam do trabalho, nem da Previdência. A Áustria tem um ano de licença-maternidade, e o companheiro também pode tirar um período para cuidar do filho. São políticas para os homens também assumirem os afazeres", diz Fleury.
Para ela, antes de falar em igualdade na aposentadoria, devem ser discutidas ações que favoreçam a mulher a estar no mercado de trabalho, voltar a exercer uma atividade e ter salário igual ao dos homens.
Deve ser pensado antes em quais políticas públicas serão oferecidas para gerar condições igualitárias.

Aposentadoria é 'mais do que cálculos'

O mercado de trabalho e a sociedade ainda são desiguais para a mulher, aponta Patrícia Pelatieri, coordenadora de pesquisa da direção técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).Ela diz que a expectativa de vida para elas é maior, mas que as condições não melhoraram.
Elas vivem mais, mas não com saúde. Isso não significa que elas têm mais
 qualidade de vida.
Patrícia Pelatieri, coordenadora de pesquisa do Dieese
Ela cita os mesmos números do IBGE e frisa que a jornada dupla da mulher ficou um pouco menor, mas ainda há grandes diferenças: enquanto elas gastam mais de 20 horas por semana cuidando da casa, os homens gastam 10 horas --ou seja, metade do tempo.
Para Pelatieri, a Previdência deve ir além dos cálculos.
É perigoso transformar tudo em contas que têm de fechar. No papel, é cálculo exato, mas o que tem de se olhar não são só números. São pessoas que devem viver com dignidade na vida ativa e na velhice.

Fonte e Texto: UOL São Paulo 

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