Por Mônica Aguiar
Você sabe o que é DSS?
- Significa Determinantes Sociais de Saúde e para muitas pessoas é um assunto novo.
De acordo com definição da Organização Mundial de Saúde
(OMS), os determinantes sociais da saúde estão relacionados às condições em que
uma pessoa vive e trabalha. Nesta incluem-se os fatores sociais, econômicos,
culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a
ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à população, tais como
moradia, alimentação, escolaridade, renda e emprego.
No estudo da Saúde Coletiva diz que “com base nesses estudos e marcos
explicativos, discute-se, em seguida, uma série de possibilidades de
intervenções de políticas e programas voltados para o combate às iniqüidades de
saúde geradas pelos DSS”,...... existem diversos
paradigmas explicativos do processo saúde/doença no âmbito das sociedades.....
Foi a partir de 2006 que este debate começou a alavancar no Brasil, momento que o assunto no SUS era garantia da equidade e para isto várias estudiosas neste assunto, apontavam para os impactos das desigualdades sociais e raciais na saúde das mulheres.
Apesar
de não ser uma cientista, apenas estudiosas no assunto, tenho a percepção que,
as características territoriais, as condições sociais e das relações raciais no
Brasil, criam condições extremamente inadequadas ao ponto exercer efeitos que
prejudicam as condições de saúde, agravam os adoecimentos e impactam as vidas
cotidianas das mulheres.
Existem fatores que demostram as diferenças de mortalidade entre classes
sociais e raciais que, estão para mim, relacionadas as assimetrias raciais
existentes na saúde. Nestes tempos é importante perceber que a pauta dos determinantes sociais de saúde (DSS) é
fundamental para salvar vidas e possibilitar que as mulheres não adoeçam, não
morram, não fiquem sequeladas com impactos negativos na saúde física, e mental.
Considerando que os direitos reprodutivos integram os direitos humano, que o corpo das mulheres precisa ser respeitado e, fatores relacionados aos determinantes sociais exercem grande influência na saúde das mulheres, o Centro de Referência da Cultura Negra de Venda Nova, resolveu organizar o 3º Seminário de Saúde da mulher com o objetivo de debater a " Atenção Básica e Determinantes Sociais" . O seminário aconteceu no dia 29 de julho, mês de luta das mulheres negras.
Foram e 156 inscrições e destas, o encontro reuniu 110 mulheres em uma tarde de grande debate: conselheiras da saúde, pesquisadoras, trabalhadoras da saúde, representantes de movimentos em defesa das mulheres e dos movimentos de mulheres negras e direitos humanos de Minas.
Representantes das entidades: Centro de Referência da Cultura Negra de Venda Nova, REHUNA, INSTAR, Coordenadoria Municipal da Mulher de Pompéu, Defensoria Pública, NUDEM/DP, UNEGRO MG, MNCR-Instituto Lixo Zero, Conselho Municipal da Mulher de BH, Idômitas(Coletivo Feminista), MINAS das DOULAS, CONSEPVN, Conselho Tutelar de Belo Horizonte, Coletivo Aura da Luta, Movimento Leonina Leonor é Nossa, Pastoral Afro, Conselhos Hospitalares Sófia Feldmam e Risoleta Neves, Conselho da Mulher Ribeirão da Neves, Federação dos Deficientes de MG, Conselho Distrital de Saúde de Venda Nova, Conselheiras Locais e Conselheira municipal de saúde de BH e o Mandato da deputada estadual em Minas Gerais Macaé Evaristo.
Foto CERCUNVN |
Na mesa de palestra estavam :
Teresinha de Jesus Ferreira, da cidade de Viçosa, jornalista e produtora de vídeos educativos da TV de Viçosa-MG, Conselheira na banca de heteroidentificação de cotas raciais da UFV. Mestra em Patrimônio Cultural Paisagens e Cidadania pela Universidade Federal de Viçosa-MG. Terezinha falou sobre o uso das plantas medicinais na atenção primária do SUS e Polly Amaral, de Belo Horizonte , ativista feminista, doula, analista de TI, estudante de direito, movimento Nasce Leonina falou sobre os determinantes sociais na saúde das mulheres.
Além dos debates, no seminário foram 08 homenageadas, pelos relevantes trabalhos prestado a saúde pública brasileira, representação social, defesa das mulheres e dos direitos humanos: Samantha Vilarinho Defensora Pública, coordenadora Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.
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Foto DPMG |
Benedita Silva conselheira titular no Conselho Municipal de Políticas Urbana de Belo Horizonte, Conselheira titular no Conselho Distrital de Saúde da região Norte e Suplente no Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte.
No final do seminário uma comissão foi eleita e que escreverá o dossiê a
ser lançado futuramente.
O Seminário teve apoio da CRIOLA, REHUNA, Casa Marielle Franco,
Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) e da Associação das Defensoras e
Defensores Públicos de Minas Gerais (Adep-MG) e do Centro de Referência da
Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado da Fundação Municipal de Cultura
PBH.
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