Para o presidente do Instituto da Advocacia Racial e Ambiental,
Humberto Adami, a comissão cria um espaço para a escravidão do negro ser
passada a limpo. “Para que se consiga ver o que aconteceu, a tragédia e
o holocausto do povo negro, do povo africano no Brasil, e a partir daí
se possa buscar com mais firmeza a aplicação de política de ação
afirmativa, para que os brasileiros que estão em uma situação de cidadão
de segunda classe partam para a verdadeira igualdade”, disse.
Em sessão plenária, o conselho decidiu, ainda, encaminhar ao governo
federal a proposta de instalar a comissão da escravidão negra nos moldes
da Comissão Nacional da Verdade (CNV) que investiga as violações de
direitos humanos durante o regime militar, entre 1964 e 1985.
Segundo Adami, além do resgate histórico, é possível discutir a
reparação e avaliar as condições de desigualdade nos campos político,
econômico, de mercado de trabalho, das questões quilombolas e das
religiões de matriz africana. “Na verdade, você transforma e refunda a
República ao trazer a reparação da escravidão para uma discussão franca e
aberta, como tiveram os judeus, os japoneses da época do macartismo e
outros grupos humanos que passaram por períodos de discriminação. Apenas
para a população negra isso ainda não foi concedido”, disse Adami. Os membros da comissão da OAB devem ser escolhidos e nomeados até o próximo mês.
Fonte: EBC
Foto: Internet
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