sexta-feira, 31 de março de 2017

Capulana: Um tecido carregado de história

Por TELCINIA DOS SANTOS

Este pedaço de tecido colorido que gera encanto e curiosidade por onde passa tem suas origens há alguns séculos no continente asiático e chega à África por intermédio das trocas comerciais que pouco a pouco aportam à costa do Índico, concretamente em Moçambique.

Os anais da história indicam que a capulana chegou em África pela primeira vez nos Séculos IX a X, no âmbito das trocas comerciais entres árabes persas e povos que viviam ao longo do litoral. Quénia, Mombaça e Ilha de Moçambique aparecem nos registos historiográficos como primeiros locais que tiveram contactos longínquos na história do uso deste tecido no continente.

De princípio, a capulana surge como moeda de troca entre os povos e apenas os monarcas a usavam, como símbolo de representação de poder. No império Mwenemutapa (XV e XVIII), por exemplo, só o Mambo (rei) e as suas principais três esposas é que usavam este tecido como símbolo de ostentação e representação da tradição. Portanto, na sua génese, a capulana não emerge como uma questão de pura moda, pelo contrário: surge como um instrumento de legitimação do poder.
________TRADIÇÃO ONTEM E HOJE________
Usada para cobrir o corpo das mulheres, este tecido foi evoluindo ao longo dos anos em termos de textura, cores, e até no seu próprio uso.
A capulana é usada nos países africanos de diferentes maneiras. Em Moçambique por exemplo, as mulheres usam-na no seu dia-a-dia e principalmente em cerimónias tradicionais como funerais, casamentos, ritos de iniciação, cerimónias mágico-religiosas, etc.
Também chamada de “pano” em Angola, “kitenge” ou “chitengue” na Zâmbia, Namíbia e “canga” no Brasil, o seu uso vai muito além da moda: o tecido é usado pelas mulheres para carregar os seus filhos nas costas, para carregar trouxas, para inúmeras funções, como toalha, cortina, pano de mesa, etc.

Geralmente, nas cerimónias de grande importância as mulheres mais velhas amarram a capulana, ou “mucume ni vemba”, e oferecem às noivas no dia do matrimónio uma capulana especial, com o tamanho de três dos tecidos, enfeitadas com uma renda branca, para demonstrar que ela também passa a ser uma mulher adulta e dona de casa.

Quem pensa que é só um pedaço de tecido engana-se: o carinho e cuidado com que as mulheres tratam este tecido é distinto. Acredite se quiser, cada uma delas pode ter várias histórias para contar. A capulana que carregou o seu primeiro filho, a capulana que casou a sua filha, que carregou a colheita do ano x e por aí vai. Com certeza se elas falassem teriam muito para contar.
 Chega a ser uma peça de afirmação de identidade, pois mesmo originário de outro continente este tecido foi sendo aculturado pelas mulheres africanas e passou a ser parte da sua cultura. Em algumas localidades do norte de Moçambique, a forma como a mulher amarra a capulana determina o seu estado civil: casada, solteira, divorciada, viúva, noiva, etc.

Para a mulher casada e mais velha, a capulana passa a ser um símbolo de riqueza. Estas são guardadas juntamente com os “mucumes” em malas de madeira, que muitas vezes recebem no dia do seu casamento. Ela passa a coleccionar as capulanas que recebeu de presente no dia de seu matrimónio, e as restantes que poderá receber do marido como demonstração do seu amor, de cuidado e vontade de querer ver a sua esposa sempre bela.

Geralmente, as capulanas que ficam nesta mala só saem dela quando há uma ocasião especial. Quanto mais capulanas e “mucumes” tiver, mais rica a mulher se considera.
 Em caso da morte da dona da fortuna, esta riqueza é distribuída para as filhas e netas ou para quem ela tiver determinado.

Antes utilizada para esconder e preservar o corpo da mulher, hoje, com as tendências da moda, a capulana passa a servir também para mostrar o corpo das mulheres. Atualmente, o tecido é utilizado para fazer todo o tipo de roupa, inclusive roupa de praia.
Já há algum tempo este tecido começou também a ganhar espaço no guarda-roupa masculino. Foi recebido com um pouco de receio, mas tende a ganhar cada vez mais espaço. Dela se servem os homens para fazer túnicas, calções, calças largas e mais recentemente até fatos se arriscam. A camada infantil também não fica de fora e usufrui deste tecido com modelitos exclusivos para a faixa etária.

Procurando elevar ao extremo a sua africanidade, alguns casais começam inclusive a casar-se com vestidos feitos de capulana, prática que tende a ganhar espaço.
Numa fase mais moderna, esta mesma capulana já é usada como ferramenta de difusão de mensagens educativas. Por exemplo, em campanhas eleitorais, os partidos políticos mandam fazer capulanas decoradas com suas fotografias e símbolos de seus partidos e oferecem às mulheres de modo a persuadir a população a votar no seu partido. Mas não só, as causas sociais também usam esta ferramenta para a difusão de mensagens ligadas a campanhas de saúde por exemplo para campanhas contra AIDS, malária, cólera ou mesmo campanhas de vacinação, sendo também usadas para veicular mensagens educativas.
A capulana, carregada de valor histórico, tem merecido a atenção de investigadores e escritores que já produzem teses e obras literárias falando acerca deste tecido, que passa a ser um “embaixador cultural”.
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CASA ELEFANTE, UM IMPÉRIO DE CAPULANAS QUASE SECULAR
A Conexão Lusófona localizou em Maputo uma casa de venda de capulanas que existe desde 1919. Os seus donos são de origem indiana e há concretamente 97 anos dedicam-se à venda de tecidos e capulanas.
 A gerência da casa viu na capulana um potencial enorme, o que fez com que a loja se tornasse numa casa especializada no tecido, visto que de um tempo para cá, a capulana passou a ser muito mais que um tecido e passa a representar o símbolo da mulher moçambicana, fazendo parte da cultura e da identidade do país.
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Passados vários séculos, a capulana segue o rumo das dinâmicas sociais como um pedaço de historia com mil e uma funções, não perde a forma, o valor, nem o poder, evolui com a sociedade e se moderniza a si própria.

Telcínia é uma jovem luso-moçambicana apaixonada pelo jornalismo e pela arte de comunicar. Finalista do curso de Ciências da Informação, pela Universidade Eduardo Mondlane, é jornalista de cultura do jornal Debate - único jornal cultural de Moçambique.
"As artes e as letras são o meu ponto fraco no mundo da escrita por uma simples razão. Elas me permitem viajar num mar sem fronteiras onde as palavras são minhas e eu sou delas. O mundo lusófono é para mim uma aliança de diversas culturas e identidades. Comunicar é uma arte, Informar é uma necessidade e pertencer a Lusofonia é uma dádiva".




Divulgação Rede Social  por Janira Sodré 

  • Professora Graduada em História pela Universidade Federal de Roraima (1995), Especialista em Educação e Mestre em Ciências da Religião . Professora da Coordenação de Filosofia e CIências Humanas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Coordenadora do Programa de Estudos e Extensão Afro-brasileiro da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Tem experiência docente e de pesquisa nas áreas de teoria da história; história da África, estudos feministas e de gênero; africanidades e afrodescendências, teoria da história, políticas públicas de igualdade racial e educação.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Dados da Desigualdade de gênero e raça em 20 anos no Brasil

Mônica Aguiar

Nos últimos anos, vários estudos foram apresentados enfatizando o quadro de desigualdades e violência sofrida pelas mulheres. Na verdade, mesmo com as distâncias existentes no quadro das desigualdades sociais, ouve avanços significativos no acesso, oportunidades e no trabalho nos últimos 20 anos.  
Com certeza este formato de denunciar a partir de dados estatísticos é fundamental, mas precisamos avançar nas pesquisas e dialetos para que as mulheres negras deixem de ser a coadjuvante da marca e imagem das desigualdades e violência existente.  

Afinal sabemos que as mulheres negras sofrem cotidianamente com todas as variáveis do racismo direta e indiretamente. Mas com tantos avanços reconhecidamente apresentados da reordenação e ocupação de espaços sociais, na carreira e funções, se faz necessário deixar a prática da invisibilidade, enfrentando o preconceito de não realizar análise da conjuntura econômica correlata aos fatos.  

Não podemos também deixar de considerar que por mais avanços e crescimento nas atividades remuneradas, a mulher e principalmente da mulher negra não deixaram de assumir a responsabilidade das denominadas atividades domesticas e sustento sozinha da maioria dos lares.

_________PESQUISA____________

Apesar de, proporcionalmente, o rendimento das mulheres negras ter sido o que mais se valorizou entre 1995 e 2015 (80%), e o dos homens brancos ter sido o que menos cresceu (11%), a escala de remuneração manteve-se inalterada em toda a série histórica: homens brancos têm os melhores rendimentos, seguidos de mulheres brancas, homens negros e mulheres negras. A diferença da taxa de desocupação entre sexos também merece registro: em 2015, a feminina era de 11,6%, enquanto a dos homens atingiu 7,8%. No caso das mulheres negras, ela chegou a 13,3% (e 8,5% para homens negros).

As mulheres trabalham em média 7,5 horas a mais que os homens por semana. Em 2015, a jornada total média das mulheres era de 53,6 horas, enquanto a dos homens era de 46,1 horas. Em relação às atividades não remuneradas, mais de 90% das mulheres declararam realizar atividades domésticas – proporção que se manteve quase inalterada ao longo de 20 anos, assim como a dos homens (em torno de 50%). Esses são alguns dos dados destacados no estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça com base em séries históricas de 1995 a 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.

A quantidade de trabalhadoras domésticas com até 29 anos de idade caiu mais de 30 pontos percentuais no período analisado: de 51,5% em 1995 para 16% em 2015. No entanto, o emprego doméstico ainda era a ocupação de 18% das mulheres negras e de 10% das mulheres brancas no Brasil em 2015. Já a renda das domésticas saltou 64% nesses 20 anos, atingindo o valor médio de R$ 739,00 em 2015. Porém, mesmo com esse crescimento, ainda estava abaixo do salário mínimo, que, à época, era de R$ 788,00.

O número de trabalhadoras formalizadas também aumentou: se, em 1995, 17,8% tinham carteira, em 2015 a proporção chegou a 30,4%. Mas a análise dos dados da Pnad sinalizou uma tendência de aumento na quantidade de diaristas no país. Elas eram 18,3% da categoria em 1995 e chegaram a 31,7% em 2015.

Nos últimos anos, mais   brasileiras chegaram ao nível superior. Entre 1995 e 2015, a população adulta negra com 12 anos ou mais de estudo passou de 3,3% para 12%. Entretanto, o patamar alcançado em 2015 pelos negros era o mesmo que os brancos tinham já em 1995. Já a população branca, quando considerado o mesmo tempo de estudo, praticamente dobrou nesses 20 anos, variando de 12,5% para 25,9%.

Chefes de família e reconfiguração nos arranjos familiares

Os lares brasileiros, cada vez mais, estão sendo chefiados por mulheres. Em 1995, 23% dos domicílios tinham mulheres como pessoas de referência. Vinte anos depois, esse número chegou a 40%. Cabe ressaltar que as famílias chefiadas por mulheres não são exclusivamente aquelas nas quais não há a presença masculina: em 34% delas, havia a presença de um cônjuge.
Paralelamente ao aumento do número de famílias chefiadas por mulheres, houve uma gradativa reconfiguração dos tipos de arranjos familiares. Se, em 1995, o tipo mais tradicional, formado por um casal com filhos, respondia por cerca de 58% das famílias, em 2015 esse percentual caiu para 42%, tendo aumentado de maneira significativa o número de domicílios com somente uma pessoa e também o percentual de casais sem filhos.



Fonte: Ascom planalto/Consea, Ipea
Foto: Blogueirasnegras

Comissões Permanentes São presididas por Mulheres

A Câmara dos Deputados elegeu três deputadas – duas do PSDB e uma do PDT – para comandar comissões permanentes da Casa neste ano.

A deputada Shéridan (PSDB-RR) foi eleita presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, colegiado criado no ano passado. Uma das parlamentares mais jovens da Câmara, aos 32 anos Shéridan assume a presidência de uma comissão permanente pela primeira vez.

Ela afirmou que a causa da mulher transcende as questões políticas e demonstrou preocupação com a proposta de reforma da Previdência do governo (PEC 287/16), que quer igualar a idade de aposentadoria de homens e mulheres. “A gente sabe que a reforma é uma necessidade. Só que a realidade da mulher, com sua dupla, tripla jornada deve ser considerada”, declarou.
Shéridan é psicóloga de formação e está em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados.

Relações exteriores

Já a deputada Bruna Furlan (PSDB-SP) foi eleita para presidir a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. O colegiado analisa questões relativas à política internacional e às Forças Armadas.

Bruna Furlan informou que, no colegiado, vai trabalhar ouvindo todas as partes e que quer pautar propostas a respeito de temas humanitários. “Esse é o viés que pretende dar para esta presidência. Quero cuidar das pessoas que estão pelo mundo e foram expulsas de seus países por guerras, tragédias naturais ou perseguições religiosas”, adiantou. “Estamos em um momento conturbado da relação do Brasil com outras nações, por conta de políticos eleitos que não têm a visão humanitária do nosso País. Muito tem de ser feito”, acrescentou.

Formada em Direito, Bruna está em seu segundo mandato na Câmara. Recentemente, ela presidiu a comissão especial que examinou o projeto de nova lei de imigração do País (PL 2516/15). O texto foi aprovado na Câmara e está em análise no Senado.

Sociedade

Por sua vez, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) foi eleita presidente da Comissão de Legislação Participativa. Ela pretende fortalecer a relação do colegiado com a população.

A CLP é a única das comissões da Câmara que recebe sugestões de propostas legislativas diretamente da sociedade, e tem poder para transformá-las em projetos de lei, que são votados na Casa.
“É importante a abertura que este colegiado representa para os trabalhos legislativos, fazendo com que a voz da sociedade seja ouvida pelos parlamentares”, apontou Morais.
Professora de educação física, ela está em seu segundo mandato na Câmara. Já presidiu comissões especiais na Casa e comandou a Frente Parlamentar Mista de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa.
Fonte:Câmaradosdeputados 

Peças de Teatro dão Destaque às Mulheres no Festival de Curitiba

Mostra traz obras dirigidas ou estreladas por artistas femininas nesta edição de 2017. Entre elas estão Fernanda Montenegro, Camila Pitanga, Fernanda Torres e Andréa Beltrão. Confira outros destaques do Festival de Curitiba

Genialidade feminina será um dos principais destaques na 26ª edição do Festival de Curitiba, que começou nesta terça-feira (28) na capital paranaense. Ao todo, 13 peças dirigidas ou estreladas por mulheres estarão em cartaz em vários teatros e centros culturais espalhados pela cidade. As obras fazem das parte da linha conceitual Mulheres e Identidades, uma das oito organizadas pelos curadores Guilherme Weber e Marcio Abreu.

Fernanda Montenegro foi escolhida para abrir o festival com uma leitura de “Nelson Rodrigues Por Ele Mesmo”, no Teatro Guaíra, um dos mais importantes da cidade. Fernanda Torres, Camila Pitanga e Andréa Beltrão são algumas das outras artistas de peso que também marcarão presença na mostra.
Aqui, selecionamos três peças imperdíveis para quem estiver em Curitiba.
  • "Macumba: Uma Gira Sobre Poder" - A peça convida o público a refletir sobre o empoderamento de mulheres e homens negros, sua cultura e memória. A direção é de Fernanda Júlia/ Datas: 3, 4 e 5/4/ Local: Sociedade 13 de maio/ Endereço: Rua Desembargador Clotário Portugal, 274Horário: 21h.
  • “Mata Teu Pai” - A adaptação do mito Medeia questiona valores atuais, como o feminismo e o preconceito. O espetáculo, com direção é de Inez Viana, celebra os 20 anos de carreira da atriz Debora Lamm. Datas: 5 e 6/4 /Local: Teatro Sesc da Esquina/Endereço: Rua Visconde do Rio Branco, 969/ Horário: 21h.
  • "Antígona" - Dirigida por Amir Haddad, Andréa Beltrão encara o desafio de atuar neste monólogo, um clássico grego a partir da tradução de Millôr Fernandes. Datas: 5 e 6/4/ Local: Teatro Bom Jesus/ Endereço: Rua 24 de Maio, 135/ Horário: 21hs

Veja a programação completa do festival aqui.
Fonte: Marieclare

sexta-feira, 24 de março de 2017

Campanha Internacional Para Trabalhadoras Rurais é Lançado

Por Mônica Aguiar 

A Campanha é liderada pela FAO abrange a América Latina e o Caribe. Essa é a segunda participação do Brasil na campanha internacional.


Com o objetivo de dar visibilidade às mulheres  que realizam o trabalho rural para o desenvolvimento socioeconômico , com  reconhecimento deste  papel no campo para o desenvolvimento socioeconômico  e sustentável, a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) lançou nesta quinta(23), a campanha internacional  #MulheresRurais, mulheres com direitos

A iniciativa acontece em toda América Latina e Caribe, e  segue até 25 de novembro dia internacional de combate à violência contra a mulher, tem como referência os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e  apresenta mais de 170 metas aos países que pertencem à Organização , marcando  o ano de 2030 como data limite para conclusão e resultados positivos frente aos objetivos propostos.  Desta espera se que a  troca de experiências entre os países envolvidos, proporcione um diálogo sobre as políticas públicas desenvolvidas no setor,  visando o acesso à informação para incentivar o despertar do empoderamento das mulheres que vivem e trabalham com a terra.

Durante a campanha estão previstas diversas ações, entre elas os mutirões de documentação do Programa Nacional de Documentação da Mulher Rural :com  emissão de documentos civis e trabalhistas das mulheres que vivem no campo.  De acordo com a coordenação de políticas para Mulheres Rurais, Juventude, Povos e Comunidades Tradicionais, em 2016, o PNDTR beneficiou mais de 86 mil mulheres, através da execução de 530 mutirões itinerantes e emissão de mais de 176 mil documentos. Para 2017, a meta é chegar a 100 mil mulheres atendidas, com a realização de 600 mutirões.

A iniciativa ainda conta com a colaboração de parceiros internacionais como a Unidad para el Cambio Rural de Argentina (UCAR) e a Agência de Implementação da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ). Também contribuirão entidades brasileiras como a Confederação Nacional dos Municípios (CNM); a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM); ONU Mulheres; o Observatório de Gênero; o Ministério do Meio Ambiente (MMA); a Coordenação Nacional de Comunidades Quilombolas (Conaq); o Centro de Trabalho Indigenista (CTI); a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater); a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer); e a Rede de Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural na América Latina (Rede PP-AL).
O conteúdo institucional da campanha será divulgado em quatro línguas (português, espanhol, francês e inglês) com o objetivo de chegar a diferentes partes do mundo. pretendendo chegar a diferentes partes do mundo.

DADOS

Mais de 14 milhões de mulheres que estão nas lavouras, comunidades quilombolas e indígenas, nas reservas extrativistas são protagonistas da agricultura familiar no Brasil, 45% dos produtos são plantados e colhidos pelas mãos femininas. Segundo o Censo Agropecuário de 2006, 12,68% dos estabelecimentos rurais têm mulheres como responsáveis, bem como 16% dos estabelecimentos da agricultura familiar.

Segundo dados do Censo 2010, as mulheres rurais são trabalhadoras, responsáveis, em grande parte, pela produção destinada ao autoconsumo familiar e contribuem com 42,4% do rendimento familiar. O índice é superior ao observado nas áreas urbanas, de 40,7%.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), as mulheres rurais cumprem uma série de funções-chave para a segurança alimentar regional, mas enfrentam altas taxas de pobreza, insegurança alimentar e obesidade. Além disso, têm menos acesso aos recursos produtivos como terra, água, crédito e capacitação, fatores que impedem que as mulheres rurais da América Latina e do Caribe desenvolvam todo o seu potencial.


Programas já Lançados para Trabalhadoras Rurais no Brasil 


  • Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) 
  •  Programa de Organização Produtiva 
  • Documentação da Trabalhadora Rural  e Expresso Cidadã
  • Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 
  • Pronaf Mulher 
  • Programa Nacional de Crédito Fundiário 
  • Crédito Apoio Mulher 
  • Apoio econômico a cooperativas femininas –
  • Territórios da Cidadania 

Fontes: MDA/folhape
 Fotos: Internet 

terça-feira, 21 de março de 2017

REFLEXÃO : 21 de Março - Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial

Por Monica Aguiar

O Brasil é um grande produtor de atos institucionais que sustentam as desigualdades, explícitas na atual conjuntura política e econômica. As mazelas raciais se revelam expondo o nível de relação desumanizada, preconceituosa, discriminatória, intolerante e violenta em todos os âmbitos .

Durante toda linha histórica de formação da sociedade brasileira, os negros e as negras foram destituídos(as) do aceso aos bens sociais e fundamentais, forçados a integrar-se  no processo de aculturação euro-ocidental. Ressaltando-se o caráter miscigenador da sociedade brasileira: um povo mestiço, misturado, tolerante. Desde que não resgatasse a  origem do povo negro, africano.
O mito da democracia racial institucionalizado existente no Brasil, provavelmente ainda é um dos mais poderosos mecanismos ideológicos de dominação já produzidos no mundo.

A assertiva delatada repetida vezes por militantes do movimento negro, de mulheres negras, sobre genocídios, desigualdades sociorracial, mesmo com toda resistência  existente, em recentes períodos da conjuntura política brasileira, setores da sociedade e órgãos governamentais  se movimentaram de alguma forma para debater e desnudar as tão faladas sequelas e assimetria do racismo brasileiro.

Mas o racismo nesta atual conjuntura política esta muito presente. Altíssimos índices de desemprego que atinge diretamente o povo negro e as mulheres negras.  As desigualdades nas  relações  salariais predominante entre os trabalhadores e principalmente as trabalhadoras negras, reforçadas por condutas institucional que desqualifica o papel das mulheres no mercado de trabalho e principalmente no desenvolvimento econômico do pais, reforçando prática da  negação da identidade étnica, fomentada pelo  desmantelamento de conquistas obtidas pelo povo negro. 

Somos nós, o principal alvo na reta desta atual linha da historia.  Mesmo com os nossos paralelos de resistências e luta, que iniciaram todo o processo de exercício pleno da cidadania e afirmação da nossa identidade étnica racial negra, a valorização e inclusão da nossa mão de obra, o resgate da verdadeira história e reintegração das nossas terras, somos alvo direto nesta conjuntura política.
Entretanto, o Estado atual, vem demostrando diariamente com suas intervenções no Congresso e Senado, aversão as conquistas obtidas pelo povo negro. Tais conquistas obtidas, ameaça este poder estabelecido que por sua vez, apresenta muita competência em sufocar as resistências de caráter coletivo.

Neste quadro de perdas das conquistas, as mulheres negras, exército de grandes lideranças, que sofrem com ataques diuturnamente racistas, invisibilizados e naturalizados nos meios de comunicação arcaicos que sustentam esta atual estrutura política, tem se apresentado distinta,  traduzindo pautas históricas em  ação política anti-racista. Protogonistas de um novo formato de combater o racismo  e todas as suas formas de preconceitos e discriminações existentes.  


Várias datas marcam a historia de nossa resistência, e abominação ao racismo.  Uma delas  instituída  em 1960, de 21 de Março, pela ONU. A razão? Em memória do Massacre de Shaperville, ocorrido na cidade de Joanesburgo, na África do Sul. Onde 20.000 negros que protestavam pacificamente, contra a Lei do Passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular. O exército atirou sobre a multidão e o saldo da violência foram 69 mortos e 186 feridos.

Sendo, 21 de Março -  Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Tem apenas 57 anos, a instituição desta data.



segunda-feira, 20 de março de 2017

Presença Política da Mulher nas Américas

  • O relatório destaca a tendência negativa vivida no governo brasileiro, que em 2014 tinha uma participação de 25,6% das mulheres nos ministérios, um índice que caiu para 15,4% em 2015, em 2017  apenas com duas mulheres.  
  • Nicarágua e Canadá lideram a classificação quanto ao número de ministérios comandados por mulheres, com mais ministras do que ministros

No dia 1º de janeiro de 2017, a presença de mulheres nos postos de responsabilidade política na região chegava a 25%, um recorde histórico, e superior aos 22,4% registrado em 2015, quando o último estudo desse tipo foi realizado.

Nicarágua e Canadá lideram a classificação quanto ao número de ministérios comandados por mulheres, com mais ministras do que ministros.
No mundo todo, apenas outros quatro países repetem a mesma receita: Bulgária, França, Suécia e Eslovênia.
O Peru, com 36,7% dos cargos ministeriais ocupados por mulheres, a Colômbia (35,3%) e o Chile (34,8%), vêm na sequência do ranking nas Américas.
No fim da lista estão o Belize, com nenhuma ministra, apesar das nomeações para o governo ainda não terem se encerrado. 
O  Brasil, que tem apenas Luislinda Valois no Ministério de Direitos Humanos e Grace Maria Mendonça na Advocacia-Geral da União. O relatório destaca a tendência negativa vivida no governo brasileiro, que em 2014 tinha uma participação de 25,6% das mulheres nos ministérios, um índice que caiu para 15,4% em 2015. Na data quando a pesquisa foi realizada, já no governo do presidente Michel Temer, apenas Grace Mendonça ocupava um posto com status de ministério.

Quanto aos parlamentos, o destaque é o caso da Bolívia, país no qual as mulheres ocupam 53,1% das cadeiras na câmara baixa, o segundo maior índice do mundo, e 47,2% na câmara alta.

Nas primeiras posições também estão três países latino-americanos com sistema parlamentar unicameral: Cuba (48,9%), Nicarágua (45,7%) e Equador (41,6%).
Já no fim da lista estão Haiti e Belize, países com menor presença da mulher dos parlamentos no mundo.

O progresso da representação política das mulheres nas Américas contrasta com a estagnação vivida atualmente em escala global.

A melhoria ocorre apesar de a América Latina ter perdido duas de suas líderes mais poderosas após o impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff e o fim do mandato da ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

Atualmente, a chilena Michelle Bachelet é a única chefe de Estado ou de governo nas Américas, e uma das 17 que havia em todo o mundo no dia 1º de janeiro de 2017.

A jovem ministra Nyan Gadsby,
de Des. Com.,
 Cultura e Artes de Trinidade e Tobago

Lembrando que : 

 Em alguns países, há ministérios voltados especificamente para mulheres: Chile, Peru, Venezuela, Paraguai, Haiti, Canadá e República Dominicana. Em outros, como Dominica, onde há um ministério de “Família e Gênero” e na Jamaica, onde há de “Cultura, Gênero, Entretenimento e Esporte”, existem em conjunto com outros assuntos, mas estão na titulação da pasta.

Ao analisar o quadro geral das Américas a maioria das mulheres estejam locadas em pastas da Saúde, Educação ou com temáticas sociais, muitas das quais estão ligadas à Gênero, há participação delas também em outras temáticas. 
No Uruguai e em Trinidad e Tobago, elas comandam a pasta de Minas e Energia, por exemplo, enquanto em Barbados, Canadá, Suriname e na Colômbia mulheres são ministras das Relações Exteriores. 
No país da América do Norte, também há mulheres ministras de pastas como Assuntos Indígenas, Justiça, Procuradoria-Geral e Serviços Públicos, Desenvolvimento Internacional, entre outros.

Por: EFE/ EXAME/OUTROS

domingo, 19 de março de 2017

75% da População quer Prioridade para Políticas de Promoção da igualdade para Mulheres nas Cidades

Foto:Rede de Mulheres 
De acordo com o estudo, são 81% as mulheres que consideram muito ou extremamente importante a igualdade no mercado de trabalho, enquanto 73% dos homens têm a mesma opinião.

8 em cada 10 mulheres querem municípios mais igualitários, aponta pesquisa Ibope/ONU Mulheres que traz um inédito indicador de demanda por equidade de gênero nas cidades. Condições de trabalho e salários, educação, participação política e espaços em esferas de governo são bases para indicador desenvolvido no estudo.

Realizada no contexto da Agenda Cidades 50-50: Todas e todos pela igualdade, a pesquisa apresenta informações estratégicas sobre a importância das políticas públicas municipais para a promoção da igualdade de gênero. Os resultados indicam o nível de prioridade que os atuais prefeitos e prefeitas, vereadores e vereadoras devem conferir a diversas áreas avaliadas em nível macro e a partir de questões específicas.

O estudo mostra que 75% dos brasileiros e brasileiras consideram de grande ou extrema importância que gestores, gestoras, legisladores e legisladoras desenvolvam políticas de promoção da igualdade entre mulheres e homens. Considerando-se apenas as mulheres, esse número cresce para 78%, enquanto que entre os homens é de 71%.

Para chegar ao inédito indicador de demanda por equidade de gênero nas cidades, as pessoas entrevistadas responderam sobre que grau de importância vereadoras, vereadores, prefeitas e prefeitos devem dar a três dimensões: mesmas oportunidades de acesso e desenvolvimento na educação e na cultura; no mercado de trabalho e mesmos salários; e de atuação nos partidos políticos e nos governos.

Para 77% são muito/extremamente importantes políticas públicas que incentivem as mesmas oportunidades de acesso e desenvolvimento na educação e na cultura. 78% consideram muito ou extremamente importantes que as prefeituras e câmaras municipais promovam políticas que incentivem o acesso de mulheres e homens as mesmas oportunidades de trabalho e mesmos salários. E 69% consideram muito/extremamente importantes que prefeitos/as, prefeitas, vereadoras e vereadores promovam políticas visando assegurar oportunidades iguais de atuação em partidos políticos e governos para mulheres e homens.

08 em cada 10 mulheres querem cidades mais igualitárias – Se 3 em cada 4 brasileiros e brasileiras consideram fundamental a construção de cidades mais igualitárias, a análise dos dados segmentados por sexo evidencia como as mulheres tenderão a cobrar mais reconhecimento e garantia de direitos às novas gestões das prefeituras e legislativos municipais. A pesquisa indica que prefeitas, prefeitos, vereadoras e vereadores devem olhar com muita atenção as demandas das mulheres, que têm estado à frente de manifestações de rua, ocupações de escolas e são mais de metade da força de trabalho no país. De acordo com o estudo, são 81% as mulheres que consideram muito ou extremamente importante a igualdade no mercado de trabalho, enquanto 73% dos homens têm a mesma opinião.

Os mesmos percentuais (81% das mulheres e 73% dos homens) avaliam que o “acesso e desenvolvimento na educação e na cultura” são muito/extremamente importantes na garantia de igualdade de gênero.

E 72% das mulheres e 65% dos homens percebem como muito/extremamente importante o desenvolvimento de políticas de incentivo à participação das mulheres em igualdade de condições e oportunidades nos partidos políticos e governos.

Ao aplicar-se um recorte por raça/cor, os números encontrados são semelhantes. Para 75% dos brancos e brancas, 74% dos negros e negras (pretos, pretas e pardos e pardas) e 78% das pessoas que se autodeclaram de outra raça/cor (amarelos, amarelas e indígenas, por exemplo) o desenvolvimento de políticas públicas de igualdade de gênero tem muita/extrema importância.

Indicador inédito – Além de conhecer o grau de importância e de urgência atribuído pela população a políticas públicas municipais que assegurem igualdade às mulheres e homens, pela primeira vez uma pesquisa de opinião apresenta um ‘indicador de demanda por igualdade de gênero’.
O indicador é dado por três dimensões de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade de gênero: oportunidades e desenvolvimento na educação e na cultura; oportunidades de acesso ao mercado de trabalho e aos mesmos salários; e possibilidades de atuação em partidos políticos e nos governos.

Para a socióloga e especialista em pesquisa de opinião Fátima Pacheco Jordão, “esse é um resultado da maior importância, que merece destaque, pois com todas as desigualdades historicamente consolidadas para pessoas com diferentes condições de raça e etnia no Brasil, a pesquisa demonstra que prevalece uma alta e homogênea demanda por igualdade de gênero. Em um país racista como o nosso, a desigualdade de gênero é uma preocupação importante para 3 em cada 4 brasileiros. Esse dado reforça a necessidade de debater e propor políticas para tornar as cidades mais igualitárias especialmente para as mulheres negras, que sofrem mais os efeitos das discriminações”.
Fátima Jordão, que é conselheira do Instituto Patrícia Galvão, explica que “quando não há diferenças entre os segmentos evidencia-se que o problema é de percepção generalizada. Logo essas questões ganham um peso político muito grande para prefeitos e vereadores se debruçarem”.


Metodologia da pesquisa - 2.002 entrevistas com homens e mulheres de 16 anos ou mais em 143 municípios, com margem de erro de 2 pontos percentuais. 
Campo realizado entre 16 e 20 de fevereiro de 2017.


Cidades 50-50:  é liderada pela ONU Mulheres e conta com a parceria do Tribunal Superior Eleitoral, do Instituto Patrícia Galvão – Mídia e Direitos e o Grupo de Pesquisa Demodê, da Universidade de Brasília. 

Fonte: ONUMULHERES/Ag.Pat. Galvão



quinta-feira, 16 de março de 2017

Iª Conferência Nacional de Voluntárias TomoJuntas, começa amanhã, 17 , em Salvador

por Mônica Aguiar 

A Ong  TamoJuntas,  realizará sua primeira Conferência nacional  de voluntárias, nos dias 17 a 18 de março, em Salvador, com presenças confirmadas de 14 Estados: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Pará, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. 
Estados onde a ONG esta articulada.

O encontro parte da grande demanda de serviços já prestados, da complexidade dos casos acolhidos, da necessidade de atenção multidisciplinar organizativo nacional das voluntárias, do debate das  múltiplas formas de  violência contra mulher e a  formação  e fortalecimento dos  laços e ações  em torno da articulação existente nos estados.

O encontro terá transmissão ao vivo, sua  abertura contará com monologo: "Retalhos" de Amanda Shapovalove,  exibição de vídeo,"Cenas da Cidade Tamojuntas" e lançamento da "Revista Themis" edição março/17, que aborda  gênero, justiça e direitos humanos .  

Com compromisso de garantir uma ação nacional para as mulheres presente na Conferência, na programação do dia 18,  esta previsto mutirão de atendimento  no Quilombo Zeferina, entre 14 e 17 horas , aberto ao público.

O Quilombo Zeferina é uma organização de mulheres negras feministas, existente desde a década de 90, carrega o nome Quilombo Zeferina em homenagem a guerreira negra quilombola da comunidade.

Na Conferencia também estão garantidas as presenças da Defensoria publica ( NUDEM), Ministério Público (GEDEM), a SPMJ Secretária de Mulheres do Município de Salvador.  

Síntese da Programação
17/03 - Abertura, credenciamento e mesa:- Funcionamento da Rede da Violência Contra Mulher/  Lançamento da Revista Themis  
18/03 - Mesas: - A importância do acompanhamento multidisciplinar para combater a violência contra mulher / Leitura do Manuel de Voluntárias/ Mulheres vulnerabilidade e as diversas faces da violência e intervenções artísticas.


O TamoJuntas é um coletivo feminista dedicado a atender mulheres vítimas de violência, composto  por advogadas, assistentes sociais, psicólogas e pedagogas, lutando contra o machismo, por justiça, direitos e empoderamento.

http://tamojuntas.org.br/


HISTÓRIA

O TamoJuntas nasceu  a partir do desejo de três advogadas Laina Crissóstomo, Carolina Rola, Natasha Barreto e Aline Nascimento,  de prestar auxílio às mulheres vítimas de violência do ponto de vista jurídico.

A advogada feminista negra Laina Crisóstomo é atualmente presidenta da organização.  
“A gente começou a partir de uma perspectiva jurídica, mas a gente ampliou isso entendendo que essas mulheres vítimas de violência precisam, na verdade ter , além de uma escuta social, também  ter um acompanhamento multidisciplinar”, explica Laina.


Para a advogada Laina Crisóstomo, é difícil dizer que alguma mulher nunca tenha sofrido nenhum tipo de violência, considerando o machismo sustentado pelo patriarcado. 
“Para quem não tinha essa percepção, começar a ouvir as histórias nos deu a dimensão de que todas nós já vivemos, por exemplo, um relacionamento abusivo e nem nos dávamos conta. 
“Isso é uma coisa que faz a gente ter mais vontade ainda de atuar nessa perspectiva voluntária, em prol de uma sociedade mais justa, mais equânime”. conclui.

A ONG do TamoJuntas,  funciona em uma sede emprestada em Salvador, tem multiplicadores em outros estados.  Todo o atendimento é gratuito.
A Ordem dos Advogados do Brasil reconhece o trabalho desenvolvido por ser pro bono, ou seja,  voltado para pessoas que realmente não têm condições financeiras de pagar.


Iª Conferência Nacional de Voluntárias TomoJuntas
  • Local do encontro: Espaço Bavha
  • Rua Alagoinhas, 362, Rio Vermelho -  Salvador – BA
  • Email :tamojuntassempre@gamail.com
  • Watsapp: 71 992256245
  • FACE TAMOJUNTAS: https://www.facebook.com/events/1869561689929103/
Fontes: Tamojuntas 

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