sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Kwanzaa um Natal Afro-americano

 
 
 
O natal de muitos Afro-americanos é comemorado em 26 de dezembro, nesta data muitos comemoram o Kwanzaa, uma festa que se originou na época do movimento pelos direitos civis na década de 1960. Uma comemoração do patrimônio da Afrohumanidade. Kwanzaa uma palavra africana da língua suaíli idioma banto com o número maior de falantes. Na África tradicional Kwanzaa representa as primeiras colheitas; na América do Norte e Caribe os participantes dessa festa são afrodescendentes.
Esta celebração está a espalhar-se lentamente pelos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Caribe e já se podem enviar postais a desejar “Feliz Kwanzaa”. Toda a celebração e os rituais da Kwanzaa foram concebidos após as famosas e terríveis revoltas de Watts, em 1966. Ele buscou em remotas tradições africanas valores que fossem cultivados pelos afro-americanos naqueles terríveis dias de lutas pelos direitos civis, de assassinatos de seus principais líderes e que, não sendo religiosos, pudessem atrair - como atraíram - todas as Igrejas Negras em todo o país e, no futuro, pelo mundo afora. O Kwanzaa foi idealizado por Maulana Karenga, que organizou a Kwanzaa em torno de 5 atividades fundamentais, comuns às celebrações africanas da colheita das primeiras frutas:
  • a reunião da família, de amigos, e da comunidade;
  • a reverência ao criador e à criação, destacadamente a ação de graças e a reafirmação dos compromissos de respeitar o ambiente e "curar" o mundo;
  • a comemoração do passado honrando os antepassados, pelo aprendizado de suas lições e seguindo os exemplos das realizações da história;
  • a renovação dos compromissos com os ideais culturais mais altos da comunidade como a verdade, justiça, respeito às pessoas e à natureza, o cuidado com os vulneráveis e respeito aos anciões;
  • a celebração do "Bem da Vida" que é um conjunto de luta, realização, família, comunidade e cultura.
 
Karenga, diz que, "a Kwanzaa é celebrada através de rituais, diálogos, narrativas, poesia, dança, canto, batucada e outras festividades". O Kwanzaa envolve a reflexão sobre a valorização da comunidade, das crianças e da Vida. Estas atividades devem demonstrar os sete princípios, Nguzo Saba em suaíli:
  1. umoja (unidade)
  2. kujichagulia (autodeterminação)
  3. ujima (trabalho coletivo e responsabilidade)
  4. ujamaa (economia cooperativa)
  5. nia (propósito)
  6. kuumba (criatividade)
  7. imani (fé)
A cada dia uma vela de cor diferente deve ser acesa num altar onde são colocadas frutas frescas, uma espiga de milho por cada criança que houver na casa. Depois de acesa a vela, todos bebem de uma taça comum em reverência aos antepassados, e saúdam com a exclamação “Harambee”, que tanto significa "reúnam todas as coisas" como "vamos fazer juntos". A grande festa é a de 1 de janeiro, quando há muita comida, muita alegria e onde cada criança deve ganhar três presentes que devem ser modestos: um livro, um objeto simbólico e um brinquedo.
Criado como um ritual para a época da colheita e usando a língua suaíli, Kwanzaa dura uma semana, durante o qual os participantes se reúnem com a família e amigos para trocar presentes à luz de uma série de velas pretas, vermelhas e verdes que simbolizam os sete valores básicos dos Afro-americanos vida familiar que é a unidade, autodeterminação trabalho coletivo e responsabilidade, economia cooperativa, propósito criatividade e fé. 
Os dias que antecederam a Kwanzaa são para decorar a casa com enfeites de papel preto, vermelho e verde. Nesta festa se ensina a criança sobre sua cultura e historia. Eles colocam fotografias da atual geração da família. A celebração dura sete dias e termina com uma festa que tem alimentos africanos, e muita música. No final da festa, quando todos tiverem terminado de comer, eles todos se levantam, se comprometam com os sete princípios do Kwanzaa. 
Feliz Kwanzaa! 
Por Hernani Francisco da Silva
___________________________________
Referências: 
Kwanzaa- Wikipédia, a enciclopédia livre.


Enviado por Zelia Lima - Mulher Negra - militante política, feminista /Zona da Mata -Juiz de Fora

 

Nenhum comentário:

MAIS LIDAS