quinta-feira, 10 de março de 2011

TV Brasil exibe, de 14 a 26/3, séries especiais “Mulheres no Cone Sul”

Co-produzidas pela ONU Mulheres Brasil e Cone Sul, séries dão visibilidade à realidade das mulheres da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai no centésimo Dia Internacional da Mulher e nos 100 primeiros dias de operação da ONU Mulheres
 

 Na sua programação especial alusiva ao Dia Internacional da Mulher, a TV Brasil Internacional e a TV Brasil (canal aberto no Brasil) exibem as séries especiais “Olhares pelo fim da violência contra as mulheres”e “Direitos econômicos – o valor do trabalho das mulheres”numa co-produção com a ONU Mulheres Brasil e Cone Sul. A estreia aconteceu, no dia 8 de março, na TV Brasil Internacional com exibição para 65 países – 49 no continente africano, 14 na América Latina, Estados Unidos e Portugal.
 No canal aberto no Brasil, a TV Brasil inicia a exibição das séries especiais na próxima semana, a partir das 21h, no telejornal Repórter Brasil. Ao todo, são 10 matérias que integram o projeto  “Mulheres no Cone Sul” para dar visibilidade à realidade das mulheres da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai no 100 aniversário do Dia Internacional da Mulher e nos 100 primeiros dias de operação da ONU Mulheres.
 Gravadas nos meses de janeiro e fevereiro de 2011 nos cinco países do Cone Sul, as reportagens retratam as condições de vida das sul-americanas e os desafios dos países para a igualdade de gênero. Na primeira série “Olhares pelo fim da violência contra as mulheres, que será exibida de 14 a 18 de março, a partir das 21h no telejornal Repórter Brasil, são evidenciadas as respostas políticas dos governos e das sociedades civis da Argentina, Chile e Colômbia para a eliminação da violência contra as mulheres.
 A segunda série “Direitos econômicos – o valor do trabalho das mulheres”, que será exibida de 21 a 25 de março, a partir das 21h no telejornal Repórter Brasil, destaca a presença das mulheres no mercado formal e informal, o trabalho não remunerado, o voluntariado e o empreendedorismo. Na rodada pelo Cone Sul, a reportagem evidencia o impacto da produtividade feminina na dinâmica das economias dos países da região.
 
Faces da violência contra as mulheres
Além das políticas e ações públicas para o fim da violência contra as mulheres, são as histórias das mulheres que demonstram a gravidade desta problemática nos países do Cone Sul. “O advogado disse que eu ia perder meus direitos se eu saísse de casa. Aí eu perguntei a ele: que direito, direito de morrer?”, desabafa a brasileira e líder comunitária pernambucana Sebastiana da Silva, agredida pelo ex-companheiro desde a gravidez do seu primeiro dos seus nove filhos.
 A distância entre o Brasil e a Colômbia não são suficientes para separar as histórias de vida de Sebastiana e Aracely. “Eu me separei há dez anos devido aos maus-tratos que eu e meus filhos recebemos durante vinte anos” conta a líder comunitária Aracely Garzón. Na combinação entre a violência de gênero e raça, a afro-argentina Andréa Ortuño, da ONG África e Diáspora, é contundente: “Há ainda a agressão física e verbal que se sofre nas ruas quando te perguntam ‘quanto cobra, de onde é, a que se dedica’, porque pensam que a mulher negra se dedica à prostituição, a dançar e nada mais”, denuncia Ortuño.
 A chilena Ximena Rojas alerta para o crescimento da violência contra as mulheres jovens devido à ausência de legislação rigorosa. “20% dos casos de feminicídio no Chile correspondem a mulheres jovens na fase do namoro”. Para Janeth Lozano, coordenadora da Rede Mulher e Educação na América Latina, as diferentes identidades tornam as mulheres mais vulneráveis à violência. Segundo Janeth, as violações de direitos são agravadas pelo fato de uma mulher ser “indígena, negra, pobre, rural ou chefa de família”, o que gera a necessidade de diferentes respostas políticas para a eliminação da violência contra as mulheres.
 
Economias estimuladas pelas mulheresExpostas ao sol, aos pesticidas, a baixos salários e ao preconceito, as mulheres indígenas chilenas movimentam a economia do país, considerado o maior exportador de frutas do hemisfério Sul. “Aqui a mulher pode fazer o mesmo trabalho, mas o homem ganha mais e a mulher menos.  Uma mulher indígena é discriminada só por ter traço indígena”, explica Alícia Muñoz, da Associação Nacional Mulheres Rurais e Indígenas.
 Além da desvalorização no mercado de trabalho, elas sentem todos os dias os efeitos da dupla jornada. Em geral, as trabalhadoras, empresárias e empreendedoras conciliam a vida profissional com os cuidados familiares e domésticos. “Tenho uma filha e quase não fico com ela. Passo mais tempo aqui do que na minha casa”, diz a comerciante paraguaia Olga Manjeyo.
 No Ano Internacional das e dos Afrodescendentes, é da Argentina outra denúncia do peso do racismo na vida das mulheres negras. “Nunca me perguntaram: ‘Melina, que idéias você tem na cabeça?” Não me perguntaram isso. ‘Melina o que você sabe fazer?’ Não se interessaram por isso. Viram a cor da minha pele e isso foi suficiente para me dizer não”.
 As séries especiais do projeto “Mulheres no Cone Sul” têm dezenas de histórias de mulheres que revelam a urgência de políticas públicas para a igualdade de gênero, assim como o envolvimento da sociedade, empresas, universidades e cooperação internacional. Desenvolvido pela TV Brasil Internacional e a ONU Mulheres Brasil e Cone Sul, o projeto conta com o apoio da campanha do Secretário-Geral da ONU “Una-se pelo fim da violência contra as mulheres” e da AECID – Agência Espanhola de Cooperação Internacional e Desenvolvimento.
 
Visite www.youtube.com/unwomen e faça o download das matérias a partir de 15/3.
 Conteúdos disponíveis com legendas em Espanhol e Inglês.

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